21 atividades sobre interpretação de texto para o 7 ano com gabarito

Por Sumaia Santana em Português, Interpretação de texto | 21/05/2024 14:35:53

Exercícios de interpretação de texto são ministrados todos os níveis de escolaridade. Pratique com nossas atividades e quando terminar, consulte o gabarito.



A interpretação de texto desenvolve nossas habilidades de leitura, domínio da norma culta do português, desenvolvimento do pensamento crítico, bem como a capacidade de análise e inferência.

Não perca esta reunião de 21 atividades de interpretação de texto para 7º ano. O gabarito com as respostas de todas as questões estão no final da página:

O texto a seguir é referência para as questões 1, 2, 3 e 4:

HISTÓRIA ESTRANHA

Luis Fernando Verissimo

Um homem vem caminhando por um parque quando de repente se vê com sete anos de idade. Está com quarenta, quarenta e poucos. De repente dá com ele mesmo chutando uma bola perto de um banco onde está a sua babá fazendo tricô. Não tem a menor dúvida que é ele mesmo. Reconhece a sua própria cara, reconhece o banco e a babá. Tem uma vaga lembrança daquela cena. Um dia ele estava jogando bola no parque quando de repente aproximou-se um homem e..

O homem aproxima-se dele mesmo. Ajoelha-se, põe as mãos nos seus ombros e olha nos seus olhos. Seus olhos se enchem de lágrimas. Sente uma coisa no peito. Que coisa é a vida. Que coisa pior ainda é o tempo. Como eu era inocente. Como os meus olhos eram limpos. O homem tenta dizer alguma coisa, mas não encontra o que dizer. Apenas abraça a si mesmo, longamente. Depois sai caminhando, chorando, sem olhar para trás.

O garoto fica olhando para a sua figura que se afasta. Também se reconheceu. E fica pensando, aborrecido: quando eu tiver quarenta, quarenta e poucos, como eu vou ser sentimental! Comédias para se ler na escola.

Rio de Janeiro: Objetiva, 2001, p.43

1. O texto acima é classificado como:

  1. dissertação
  2. descrição
  3. narração
  4. informação
  5. artigo científico

2. No trecho “Ajoelha-se, põe as mãos nos seus ombros […]”, pronome “seus” se refere:

a) à babá

b) ao homem

c) ao menino

d) ao tempo

e) ao banco

3. O personagem da história também é o narrador. Qual fragmento confirma isso?

a) “Como eu era inocente.”

b) “Sente uma coisa no peito”

c) “Que coisa pior ainda é o tempo.”

d) “O homem tenta dizer alguma coisa, mas não encontra o que dizer.

e) “Ajoelha-se, põe as mãos nos seus ombros e olha nos seus olhos.”

4. Por qual motivo o garoto está aborrecido?

a) Será pobre aos quarenta anos.

b) Será solteiro aos quarenta anos.

c) Será solitário aos quarenta anos.

d) Será sentimental aos quarenta anos.

e) Será desempregado aos quarenta anos.

O texto abaixo será referência para as questões 5, 6, 7 e 8

INFÂNCIA

Carlos Drummond de Andrade

Meu pai montava a cavalo, ia para o campo.

Minha mãe ficava sentada cosendo.

Meu irmão pequeno dormia.

Eu sozinho menino entre mangueiras

lia a história de Robinson Crusoé

Comprida história que não acaba mais.

No meio-dia branco de luz uma voz que aprendeu

a ninar nos longes da senzala — e nunca se esqueceu

chamava para o café.

Café preto que nem a preta velha

café gostoso

café bom.

Minha mãe ficava sentada cosendo

Olhando para mim:

—Psiu… Não acorde o menino.

Para o berço onde pousou um mosquito.

E dava um suspiro… que fundo!

Lá longe meu pai campeava

No mato sem fim da fazenda.

E eu não sabia que minha história

Era mais bonita que a de Robinson Crusoé.

(Andrade, Carlos Drummond de. “A família que me dei”. In Antologia Poética. 13a ed. São Paulo, Abril Cultural, 1982.)

5. Qual alternativa comprova que a visão, o olfato, o paladar e a audição são responsáveis pelas lembranças do personagem sobre sua infância?

a) 1ª estrofe

b) estrofes 2 e 3

c) estrofes 4 e 5

d) 2ª estrofe

e) estrofes 1 e 5

6. No poema é possível observar verbos no pretérito imperfeito do indicativo. Qual a alternativa confirma tal afirmação?

a) por se tratar de ação já concluída

b) porque as ações foram realizadas antes de uma ação também ocorrida no passado

c) porque o verbo indica uma ação passada que se repetia habitualmente

d) por expressar uma incerteza a respeito de fatos ocorridos

e) por se tratar de ação que acontece no momento da fala

7. Há um travessão na terceira estrofe do poema. Indique a alternativa que explica o uso dele:

a) Separar uma enumeração

b) Explicar algo já dito anteriormente

c) Colocar em destaque uma ideia

d) Introduzir o discurso direto

e) mostrar que a fala começa com verbo de ligação

8. Marque a alternativa em que há adjetivo empregado no mesmo grau que bonita no verso “Era mais bonita que a de Robinson Crusoé” .

a) Meu irmão era menor que eu.

b) O meu pai era o mais velho da fazenda.

c) Minha mãe suspirava mais do que eu.

d) A fazenda do meu pai era maior do que as dos vizinhos.

e) No mato sem fim da fazenda.

O texto a seguir é referência para as questões 9, 10, 11, 12, 13 e 14

VISITA

FERREIRA GULLAR

Sobre a minha mesa, na redação do jornal, encontrei-o, numa tarde quente de verão. É um inseto que parece um aeroplano de quatro asas translúcidas e gosta de sobrevoar os açudes, os córregos e as poças de água. É um bicho do mato e não da cidade. Mas que fazia ali, sobre a minha mesa, em pleno coração da metrópole?

Parecia morto, mas notei que movia nervosamente as estranhas e minúsculas mandíbulas. Estava morrendo de sede, talvez pudesse salvá-lo. Peguei-o pelas asas e levei-o até o banheiro. Depois de acomodá-lo a um canto da pia, molhei a mão e deixei que a água pingasse sobre a sua cabeça e suas asas. Permaneceu imóvel. É, não tem mais jeito — pensei comigo. Mas eis que ele se estremece todo e move a boca molhada. A água tinha escorrido toda, era preciso arranjar um meio de mantê-la ao seu alcance sem contudo afogá-lo. A outra pia talvez desse mais jeito. Transferi-o para lá, acomodei-o e voltei para a redação.

Mas a memória tomara outro rumo. Lá na minha terra, nosso grupo de meninos chamava esse bicho de macaquinho voador e era diversão nossa caçá-los, amarrá-los com uma linha e deixá-los voar acima de nossa cabeça. Lembrava também do açude, na fazenda, onde eles apareciam em formação de esquadrilha e pousavam na água escura. Mas que diabo fazia na avenida Rio Branco esse macaquinho voador? Teria ele voado do Coroatá até aqui, só para me encontrar? Seria ele uma estranha mensagem da natureza a este desertor?

Voltei ao banheiro e em tempo de evitar que o servente o matasse. “Não faça isso com o coitado!” “Coitado nada, esse bicho deve causar doença.” Tomei-o da mão do homem e o pus de novo na pia. O homem ficou espantado e saiu, sem saber que laços de afeição e história me ligavam àquele estranho ser. Ajeitei-o, dei-lhe água e voltei ao trabalho. Mas o tempo urgia, textos, notícias, telefonemas, fui para casa sem me lembrar mais dele.

GULLAR, Ferreira. O menino e o arco-íris e outras crônicas. Para gostar de ler, 31. São Paulo: Ática, 2001. p. 88-89

9. O que fez o homem se interessar pelo inseto?

a) decidiu descansar do trabalho cansativo que realizava no jornal

b) estranhou a presença de um inseto do mato em plena cidade

c) percebeu que ele estava fraco e doente por falta de água

d) resolveu salvar o animal para analisar o funcionamento do seu corpo

e) salvou com interesse de incorporar o inseto à sua coleção

10. O que o homem faz após encontrar um inseto quase morto na mesa?

a) colocou-o dentro de um pote de água

b) escondeu-o para que ninguém o matasse

c) pingou água sobre sua cabeça

d) procurou por outros insetos no escritório

e) saiu para procurar inseticida.

11. O inseto na redação do jornal provocou no personagem:

a) curiosidade científica

b) lembranças da infância

c) medo de pegar uma doença

d) sensação de espanto

e) sensação de tristeza

12.Qual sentimento é percebido em “Não faça isso com o coitado” ?

a) maldade

b) afeição

c) desprezo

d) esperança

e) pena

13. Qual alternativa explica a mudança na rotina do homem?

a) a chegada do inseto na redação do jornal

b) ao intenso calor daquela tarde de verão

c) à monotonia do trabalho no escritório

d) à transferência de local onde estava o inseto

e) a presença do inseto na redação do jornal e a admiração que recebeu por isso.

14. Qual é a ideia central do texto?

a) a presença inesperada de um inseto do mato na cidade

b) a saudade dos amigos de infância

c) a vida agitada da grande cidade

d) a preocupação com a proteção aos animais

e) mostrar para as pessoas que insetos também podem ser pets.

O trecho da música de Luiz Gonzaga é referência para as questões 15 e 16:

Xote Ecológico (Luiz Gonzaga)

Não posso respirar, não posso mais nadar
A terra está morrendo, não dá mais pra plantar
Se plantar não nasce, se nascer não dá
Até pinga da boa é difícil de encontrar.
Cadê a flor que estava aqui?
Poluição comeu.
E o peixe que é do mar?
Poluição comeu.
E o verde onde que está?
Poluição comeu.
Nem o Chico Mendes sobreviveu.

(Texto disponível em http://www.vagalume.com.br/luiz-gonzaga/xote-ecologico.html)

15. Sobre o texto é correto dizer:

a) A “poluição” age contra o bem-estar da natureza, e, por conseguinte, das pessoas.

b) São vítimas da “poluição” apenas a “flor” e o “peixe”.

c) A “poluição” não interfere diretamente na qualidade do ar.

d) Embora a “poluição” incomode em algumas ações do homem, é possível ter uma vida saudável com ela.

e) A poluição não tem relação alguma com a qualidade da alimentação das pessoas.

16. Marque a alternativa que melhor traduz o sentimento expresso no texto:

a) Alegria com a atitude dos homens.

b) Medo de acabar a cachaça.

c) Ódio diante do comportamento dos homens.

d) Indignação com a atitude dos homens.

e) Esperança nas atitudes humanas.

O texto abaixo é referência para as questões 17,18, 19, 20 e 21:

O DESEJO

CECÍLIA MEIRELES

“A velhinha tinha uma pequena loja, numa rua de Florença. Exteriormente, sua loja não era nem rica, nem elegante, nem artística. Isso acontece em muitas lojas, na Europa. Mas a velhinha vendia umas blusas tão lindas e originais que mulher nenhuma poderia ficar insensível a seus encantos. E eis que, de repente, me torno possuidora de uma delas. Começava a escurecer. A formosa Florença tornava-se uma cidade de prata. Eu desejava mais uma blusa: quem viaja está sempre pensando em alegrias que, de volta, pode dar aos amigos. Mas a loja ia fechar, a velhinha não negociava com dólares (e pensar que um dia eu tive dólares!): então, separei a segunda blusa, e prometi que na manhã seguinte apareceria com as minhas liras.”

(Cecília Meireles. Seleta em prosa e verso. Rio de Janeiro, José Olympio, 1973)

17. Conclui-se o seguinte com respeito à loja:

a) era uma loja de roupas

b) não havia empregados

c) a loja era humilde

d) todas as alternativas anteriores

e) nenhuma das alternativas dadas

18. Conclui-se o seguinte com respeito à data da viagem:

a) a viagem aconteceu há poucos dias atrás do registro feito pela narradora

b) a viagem aconteceu há poucas semanas atrás do registro feito pela narradora

c) a viagem aconteceu há muito tempo atrás do registro feito pela narradora

d) qualquer uma das alternativas anteriores

e) nenhuma das alternativas dadas

19. Qual era o destaque da loja?

a) a beleza e originalidade das peças

b) a localização do imóvel

c) a beleza da proprietária

d) a elegância da proprietária

e) a condição socioeconômica dos clientes.

20. Qual foi o impasse que quase impediu a venda:

a) o personagem não encontrar sua cor favorita

b) a proprietária não aceitar dólar

c) a proprietária aceitar somente pagamento em cheque

d) a loja não possuir espaço para provar a roupa.

e) a proprietária aceitar somente Euros

21. O personagem prometeu voltar a loja em qual período?

a) no dia seguinte, pela manhã

b) no dia seguinte, à tarde

c) daqui a 15 dias

d) daqui a 30 dias

e) no próximo feriado.

Gabarito

1. A

2. C

3. A

4. D

5. D

6. C

7. D

8. D

9. B

10. C

11. B

12. B

13. A

14. A

15. A

16. D

17. D

18. D

19. D

20. B

21. A

Foto de perfil Sumaia Santana
Formada em Comunicação Social com habilitação em Rádio e TV, atuo como redatora desde 2015 e acumulo experiência na criação de artigos e notícias sobre os mais diversos temas.

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