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Confidência do Itabirano Alguns anos vivi em Itabira.

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Confidência do Itabirano

Alguns anos vivi em Itabira.
Principalmente nasci em Itabira.
Por isso sou triste, orgulhoso: de ferro.
Noventa por cento de ferro nas calçadas.
Oitenta por cento de ferro nas almas.
E esse alheamento do que na vida é porosidade e comunicação.
A vontade de amar, que me paralisa o trabalho,
vem de Itabira, de suas noites brancas, sem mulheres e sem
[horizontes.
E o hábito de sofrer, que tanto me diverte,
é doce herança itabirana.
De Itabira trouxe prendas diversas que ora te ofereço:
este São Benedito do velho santeiro Alfredo Duval;
esta pedra de ferro, futuro aço do Brasil;
este couro de anta, estendido no sofá da sala de visitas;
este orgulho, esta cabeça baixa...
Tive ouro, tive gado, tive fazendas.
Hoje sou funcionário público.
Itabira é apenas uma fotografia na parede.
Mas como dói!

Carlos Drummond de Andrade, Sentimento do mundo

Na última estrofe, a expressão que justifica o uso da conjunção sublinhada no verso "Mas como dói!" é:
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Por David Castilho em 06/01/2025 20:28:55🎓 Equipe Gabarite
Gabarito: c)

Na última estrofe do poema "Confidência do Itabirano", de Carlos Drummond de Andrade, a expressão "Mas como dói!" é introduzida pela conjunção "Mas" para indicar uma oposição ou contraste em relação à situação descrita anteriormente. O eu lírico menciona que Itabira é apenas uma fotografia na parede, mas mesmo sendo apenas uma imagem estática, a lembrança da cidade ainda causa dor e sofrimento. Portanto, a conjunção "Mas" é utilizada para ressaltar a intensidade do sentimento de dor em contraposição à aparente simplicidade da situação.