Questão 595275: Formou Deus o homem, e o pôs num paraíso de delícias; tor...

Formou Deus o homem, e o pôs num paraíso de delícias; tornou a formá-lo a sociedade, e o pôs num inferno de tolices. (Almeida Garrett, Viagens na minha terra. São Paulo: Ateliê Editorial, 2012, p.1...


Texto associado.
(...) plantai batatas, ó geração de vapor e de pó de pedra,
*macadamizai estradas, fazei caminhos de ferro, construí
passarolas de Ícaro, para andar a qual mais depressa,
estas horas contadas de uma vida toda material, maçuda e
grossa como tendes feito esta que Deus nos deu tão
diferente do que a que hoje vivemos. Andai, ganha-pães,
andai: reduzi tudo a cifras, todas as considerações deste
mundo a equações de interesse corporal, comprai, vendei,
agiotai. – No fim de tudo isto, o que lucrou a espécie
humana? Que há mais umas poucas dúzias de homens
ricos. E eu pergunto aos economistas políticos, aos
moralistas, se já calcularam o número de indivíduos que é
forçoso condenar à miséria, ao trabalho desproporcionado,
à desmoralização, à infâmia, à ignorância crapulosa, à
desgraça invencível, à penúria absoluta, para produzir um
rico?
*Macadamizar: pavimentar.
(Almeida Garrett, Viagens na minha terra. São Paulo: Ateliê Editorial,
2012, p.77.) 
Formou Deus o homem, e o pôs num paraíso de delícias; tornou a formá-lo a sociedade, e o pôs num inferno de tolices. (Almeida Garrett, Viagens na minha terra. São Paulo: Ateliê Editorial, 2012, p.190.) Vários discursos organizam a estrutura narrativa do romance Viagens na minha terra, de Almeida Garrett. Isso permite afirmar que a visão de mundo dessa narrativa