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Responda: Nessa crônica, a repetição do trecho “Você pode não acreditar: mas houve um tempo em que…” configura-se como uma estratégia argumentativa que visa


Q667136 | Português, Interpretação de Textos, Vestibular ENEM, ENEM, INEP

Texto associado.
Você pode não acreditar
    Você pode não acreditar: mas houve um tempo em que os leiteiros deixavam as garrafinhas de leite do lado de fora das casas, seja ao pé da porta, seja na janela.
    A gente ia de uniforme azul e branco para o grupo, de manhãzinha, passava pelas casas e não ocorria que alguém pudesse roubar aquilo.
    Você pode não acreditar: mas houve um tempo em que os padeiros deixavam o pão na soleira da porta ou na janela que dava para a rua. A gente passava e via aquilo como uma coisa normal.
    Você pode não acreditar: mas houve um tempo em que você saía à noite para namorar e voltava andando pelas ruas da cidade, caminhando displicentemente, sentindo cheiro de jasmim e de alecrim, sem olhar para trás, sem temer as sombras.
Você pode não acreditar: houve um tempo em que as pessoas se visitavam airosamente. Chegavam no meio da tarde ou à noite, Contavam casos, tomavam café, falavam da saúde, tricotavam sobre a vida alheia e voltavam de bonde às suas casas.
    Você pode não acreditar: mas houve um tempo em que o namorado primeiro ficava andando com a moça numa rua perto da casa dela, depois passava a namorar no portão, depois tinha ingresso na sala da família. Era sinal de que já estava praticamente noivo e seguro.
Houve um tempo em que havia tempo.
Houve um tempo.
SANT’ANNA, A. R. Estado de Minas. 5 maio 2013 (fragmento).
Nessa crônica, a repetição do trecho “Você pode não acreditar: mas houve um tempo em que…” configura-se como uma estratégia argumentativa que visa
Marcos de Castro
Por Marcos de Castro em 04/01/2025 18:05:32🎓 Equipe Gabarite
Gabarito: b)

Nessa crônica, a repetição do trecho “Você pode não acreditar: mas houve um tempo em que…” configura-se como uma estratégia argumentativa que visa sensibilizar o leitor sobre o modo como as pessoas se relacionavam entre si num tempo mais aprazível.

O autor utiliza essa repetição para destacar as mudanças nos hábitos e costumes sociais ao longo do tempo, comparando o passado com o presente e ressaltando a nostalgia em relação a essas práticas que eram comuns antigamente. Dessa forma, a intenção é sensibilizar o leitor sobre a importância das relações interpessoais e do tempo dedicado às interações sociais, que pareciam ser mais significativas em um passado distante.
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