Carolina é uma jovem professora da rede pública de São Bernardo. Ansiosa com a chegada do período letivo da primeira turma que vai reger, comentou com Renata, professora mais experiente, que não sabia se estava pronta, já que havia muitas coisas que não sabia. Carolina recebeu como recomendação da colega a leitura de Pedagogia da Autonomia , de Paulo Freire, que citou a frase: “Não há ensino sem pesquisa e pesquisa sem ensino”.
Assinale a alternativa que apresenta corretamente o que Freire propõe ao professor com essa ideia.
a) O que há de pesquisador no professor é uma qualidade ou uma forma de ser ou de atuar que se acrescenta à de ensinar, ou seja, é preciso somar a pesquisa às atividades docentes, mantendo-se a permanente ingenuidade de olhar o mundo.
b) Tornar-se o intelectual que lê horas a fio, domesticando-se ao texto, falando de suas leituras quase como se estivesse recitando-as de memória, falando bonito da dialética e da realidade idealizada, achando-se no puro encalço da inteligência do texto como produção de seu autor.
c) Sendo pesquisador, o professor pode se saber certo de suas certezas, por isso é que o pensar certo, ao lado sempre do puritanismo, rigorosamente ético, converge com a segurança de quem se sabe conhecedor do mundo e de si mesmo.
d) A curiosidade ingênua, do que resulta indiscutivelmente um certo saber, não importa que metodicamente sem rigor, é a que caracteriza o senso comum, tão caro à atividade do professor, por colocá-lo como receptáculo do pensamento social.
e) Ensinar, aprender e pesquisar lidam com esses dois momentos do ciclo gnosiológico: o em que se ensina e se aprende o conhecimento já existente e o em que se trabalha a produção do conhecimento ainda não existente.