(Modelo Enem) Em sua biografia de Juscelino Kubitschek, presidente da República entre 1956 e 1961, Claudio Bojunga relata o seguinte, a respeito da construção de Brasília: O Congresso decidira, com a emenda do deputado Emival Caiado, de agosto de 1958, que o prazo para a conclusão das obras seria de três anos e dez meses. Brasília deveria ser inaugurada a 21 de abril de 1960. Numa de suas viagens àquele descampado, acompanhado de um grupo de jornalistas, o presidente foi assediado pelas dúvidas de uma correspondente francesa.
— Mas o senhor vai construir a capital num deserto… isso é absurrrdo!
Juscelino nem piscou:
— Não, minha filha, absurdo é o deserto.
BOJUNGA, Claudio. JK – O artista do impossível. Rio de Janeiro: Objetiva, 2001, p. 397.
Entre as justificativas do governo JK para a construção de Brasília numa área pouco populosa, como o planalto Central, incluíam-se:
a) o incentivo à integração da região central do país aos centros industriais avançados do Sudeste e a defesa estratégica do aparato governamental do Estado.
b) uma base populacional para a construção da rodovia Belém-Brasília e a geração de empregos no setor da construção civil.
c) a inadequação do Rio de Janeiro para abrigar o governo federal por causa da falta de infra-estrutura da cidade e as pressões de São Paulo para afastar o Sudeste da instabilidade política.
d) a integração regional – já que, através da Sudene, o Nordeste e a Amazônia seriam incorporados às áreas mais desenvolvidas do país –, e a proteção das autoridades diplomáticas estrangeiras.
e) o cumprimento da meta mais importante do Plano de Metas de JK, com a modernização dos órgãos governamentais, e as pressões dos investidores estrangeiros interessados no financiamento das obras da nova capital.