De um lado, dizem os materialistas, a mente é um processo material ou físico, um produto do funcionamento cerebral. De outro lado, de acordo com as visões não materialistas, a mente é algo diferente do cérebro, podendo existir além dele. Ambas as posições estão enraizadas em uma longa tradição filosófica, que remonta pelo menos à Grécia Antiga. Assim, enquanto Demócrito defendia a ideia de que tudo é composto de átomos e todo pensamento é causado por seus movimentos físicos, Platão insistia que o intelecto humano é imaterial e que a alma sobrevive à morte do corpo.
(Alexander Moreira-Almeida e Saulo de F. Araujo. “O cérebro produz a mente?: um levantamento da opinião de psiquiatras”. http://www.archivespsy.com, 2015.)
A partir das informações e das relações presentes no texto, conclui-se que
a) a hipótese da independência da mente em relação ao cérebro teve origem no método científico.
b) a dualidade entre mente e cérebro foi conceituada por Descartes como separação entre pensamento e extensão.
c) o pensamento de Santo Agostinho se baseou em hipóteses empiristas análogas às do materialismo.
d) os argumentos materialistas resgatam a metafísica platônica, favorecendo hipóteses de natureza espiritualista.
e) progresso da neurociência estabeleceu provas objetivas para resolver um debate originalmente filosófico.