Ao dizermos ‘Artes das Áfricas’ (no plural), em vez de ‘arte africana’, podemos estar enfatizando: a África tem Arte. Isso de certa forma minimiza o modo como tem sido tratada a produção estética dos africanos até nossos dias: como objeto científico. Sob o lema ‘conhecer para melhor dominar’, dizia-se que ela servia a ‘rituais e sacrifícios selvagens’ e que era feita apenas de ‘ídolos toscos e disformes’ — de ‘fetiches’. Mas, se todas as sociedades — antigas ou atuais — têm sua arte, então por que a necessidade dessa ênfase?
SALUM , Marta Heloísa Leuba, “Por dentro e ao redor da arte africana”, 2004 in http://www.arteafricana.usp.br.
A autora problematiza o uso da expressão "arte africana", argumentando que
a) a redução da produção artística africana a uma unicidade étnica e cultural deveria ser questionada.
b) o continente africano deveria ser tratado como um único país, berço de técnicas artesanais milenares.
c) as categorias ocidentais de arte e ciência seriam inadequadas para se referir às culturas africanas.
d) o valor mágico-ritualístico da arte africana deveria ser mais estudado em sua originalidade.
e) a universalidade da mensagem artística deveria ser o critério de estudo e classificação da arte africana.