Firmo, o vaqueiro
No dia seguinte á hora em que saía o gado, estava eu debruçado á varanda quando vi o cafuzo que preparava o animal viajeiro:
— Raimundinho, como vai ele?...
Do longe apontou a palhoça.
— Sim.
O braço caiu-lhe, olhou-me algum tempo comovido;depois, saltando para o animal, levou o polegar à bocafazendo estalar a unha nos dentes: "As quatro horasda manhã... Atirei um verso e disse, para bulir com ele:Pega, velho! Não respondeu. Tio Firmo, mesmo velho edoente, não era homem para deixar um verso no chão...Fui ver, coitadol... estava morto”. E deu de esporas paraque eu não lhe visse as lágrimas.
NETTO, C. In: MARCHEZAN.L.G (Og). O conto regionalista. São Paulo: Marina Fontes, 2009.
A passagem registra um momento em que aexpressividade lírica é reforçada pela
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