TEXTO 1
Durante séculos, a situação da escrita foi de tal ordem que a um reduzido número de escritores
correspondia um número de vários milhares de leitores. No início do século passado, verificou-se uma
mudança nessa situação. Tudo isso começou com a imprensa diária, ao abrir aos leitores o seu “correio”.
Atualmente, a situação é tal que quase não deve haver um europeu, inserido no mundo do trabalho,
que não tenha tido possibilidade de publicar uma experiência laboral, uma reclamação, uma reportagem
ou algo afim. Assim, a diferença entre autor e público está prestes a perder o seu caráter fundamental.
BENJAMIN, W. A obra de arte na era da sua reprodutibilidade técnica. In : LIMA, L. C.
Teoria da Cultura de Massa . São Paulo: Paz e Terra, 2000 (adaptado).
TEXTO 2
Filmando em estúdios de garagem, reproduzindo efeitos especiais em computadores domésticos
e pegando músicas de CDs e de arquivos MP3, os fãs criaram novas versões da mitologia de Guerra
nas Estrelas (1977). A circulação amplamente difundida de bens relacionados à Guerra nas Estrelas
disponibilizou recursos a uma geração emergente de cineastas adolescentes e jovens. Guerra nas Estrelas
tornou-se a “lenda” deles, e agora eles estão determinados a reescrevê-la a seu modo.
JENKINS, H. Cultura da convergência . São Paulo: Aleph, 2003 (adaptado).
A liberação do polo de emissão na criação e circulação de conteúdos abordada nos textos traz impactos
para a comunicação publicitária. A esse respeito, assinale a opção correta.
a) O fenômeno da remixagem, como o caso de Guerra nas Estrelas , não se aplica a conteúdos
publicitários, pois estes estão sob o controle do emissor, que planeja e financia sua veiculação em
meios digitais.
b) A cultura participativa e a experiência dos fãs, fenômenos presentes desde o início da formação da
sociedade de massas, foram potencializados pela cibercultura, pois intensificou a relação entre o
público e a obra.
c) O comportamento de fã e o desejo de participar da construção das narrativas das marcas são
fenômenos restritos ao público jovem, uma vez que outros públicos permanecem consumindo
segundo a lógica massiva.
d) As empresas, ao permitir a participação dos consumidores na criação e recriação de conteúdos
midiáticos, estão abrindo mão do controle sobre os sentidos e as percepções de suas marcas
e produtos.
e) O planejamento de comunicação de uma marca não considera as experiências fora dos espaços
oficiais — como a produção de fãs na internet, memes e fan fictions —, pois não há ferramentas de
acompanhamento disponíveis na atualidade.