TEXTO 1
Como a Lupa faz suas checagens?
A principal matéria-prima no processo de produção de conteúdo jornalístico são as declarações feitas por
atores públicos e as informações potencialmente falsas que circulam em plataformas de redes sociais e
em aplicativos de mensagens.
Diariamente, os jornalistas da Lupa observam o que é dito por políticos, líderes sociais e celebridades
em jornais, revistas, rádios, programas de TV e na internet. A Lupa se esforça para verificar o grau de
veracidade de frases que contenham dados históricos, estatísticos, comparações e informações relativas
à legalidade ou à constitucionalidade de um fato.
Por princípio, a Lupa não analisa a intenção de atores públicos ao proferirem informações falsas. Porém,
desde janeiro de 2021, a Lupa se reserva o direito de “apontar mentiras”, identificando-as em títulos e
textos quando vê repetições de falas equivocadas como parte de um comportamento que busca distorcer
o debate público.
AGÊNCIA LUPA. Como a Lupa faz suas checagens? Disponível em: https://lupa.uol.com.br/
institucional/como-fazemos-nossas-checagens. Acesso em: 23 jun. 2022.
TEXTO 2
O fantasma das fake news e o surgimento da indústria de fact-checking (checagem de fatos) são
movimentos paralelos na disputa pela credibilidade e pela legitimidade. Ambos reforçam o entendimento
de que há uma “verdade factual” objetiva a ser desvelada pela imprensa. Ao recorrer a agências
especializadas em fact-checking, o jornalismo transfere a terceiros sua pretensão à posição de guardião
da veracidade factual. Ao assumir como uma de suas funções primordiais testar a veracidade do discurso
de políticos, o fact-checking sinaliza uma autocrítica involuntária a respeito do jornalismo declaratório,
que é o pão cotidiano do ofício. Toda essa situação cria um pesadelo epistemológico, já que, a rigor,
não resta qualquer instância de realidade indiscutível na qual ancorar as pretensões de veracidade
discursiva. Se o jornalismo profissional não desfruta mais da credibilidade que suas práticas conferiam,
se uma parte do público acredita que ele participa de uma conspiração para ocultar a realidade, não
há motivo para não julgar que as agências de fact-checking estejam igualmente comprometidas.
É essa indeterminação sem fim que define a era da “pós-verdade”.
MIGUEL, L. F. Jornalismo, polarização política e a querela das fake news.
Estudos em Jornalismo e Mídia, v. 16, n. 2, p. 46-58, 2019 (adaptado).
Considerando os textos apresentados sobre a emergência e as contradições da chamada era da
“pós-verdade”, avalie as afirmações a seguir.
I. Na era da desinformação e das fake news, agências de checagem como a Lupa, vinculadas a grupos
da mídia hegemônica, buscam construir um discurso de relegitimação do jornalismo.
II. Ao assumirem o lugar de verificação dos discursos em circulação nas mídias jornalísticas, as agências
de checagem de fatos reivindicam para si a credibilidade que elas questionam no jornalismo.
III. Agências especializadas em fact-checking constroem uma vigilância sobre o debate público e
possibilitam uma leitura crítica e qualificada das mídias por parte dos públicos.
É correto o que se afirma em
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