TEXTO 1
Apesar de todos os progressos verificados desde a Declaração Universal dos Direitos Humanos de 1948,
há muito por fazer até que o direito a uma vida sem violência se torne realidade para milhares de
mulheres e homens espalhados por todo o mundo. É bem verdade que a violação aos Direitos Humanos
ocorre tanto contra homens como contra mulheres, mas também é verdade que, na maioria das vezes,
o impacto varia de acordo com o sexo da vítima.
A classificação da violência de gênero está intimamente relacionada à desigualdade na distribuição do
poder e a tantas relações assimétricas existentes entre homens e mulheres, que tendem a perpetuar
a desvalorização da mulher. A diferença entre esse tipo de violência e outras formas de agressão talvez
esteja no fator de risco, que é determinado pelo simples fato de ser mulher. Por isso, é importante que
a violência contra as mulheres seja adequadamente discutida com base em uma análise do patriarcado.
BORSATO, A. S. Jesus, as mulheres e os Direitos Humanos: diferenças. In: REIMER, I. R. (org.). Direitos humanos:
enfoques bíblicos, teológicos e filosóficos . São Leopoldo: Oikos; Goiânia: PUC, 2011 (adaptado).
TEXTO 2
A partir da década de 1980, a contribuição dos movimentos feministas para a releitura e reconstrução
da história da humanidade passou a ter grande destaque nas pesquisas acadêmicas. Os referenciais
hermenêuticos feministas, com suas múltiplas possibilidades de leitura, buscam resgatar o espaço devido
à mulher na Bíblia, na religião e na sociedade atual, quebrando os grilhões históricos de silenciamentos
impostos por uma cultura caracteristicamente patriarcal, que, durante séculos, justificou toda sorte de
violências contra a mulher em nome da “natureza” e da religião.
De acordo com os textos, o que é essencial para garantir direitos humanos fundamentais a partir da
análise crítica do patriarcado?
a) Incentivar a produção de textos acadêmicos que abordem o processo histórico de desenvolvimento
do patriarcalismo na formação da sociedade brasileira.
b) Promover, através da educação em direitos humanos, em todas as esferas sociais, a conscientização
de que homens e mulheres são iguais em virtude da dignidade humana.
c) Estabelecer leis mais rigorosas que garantam o respeito aos direitos das mulheres e punições mais
severas para os agressores.
d) Denunciar e combater todo tipo de abusos e violências contra as mulheres no âmbito intrafamiliar.
e) Reconhecer que violência de gênero se restringe apenas à relação entre homem e mulher.