Os termos Novas Expressões e Movimentos Religiosos (NMR) começaram a ser utilizados nos
anos 1970, a fim de evitar as conotações teológicas e normativas dos termos “seita” e “culto”.
A designação cobre uma ampla gama de movimentos religiosos cuja maioria surgiu nos anos 1950
e 1960. Entre estes, encontra-se um certo número de movimentos cuja visibilidade é relativamente
forte, como a Igreja da Cientologia e outras. Foi apenas quando os pesquisadores começaram a
analisar de modo mais preciso as dimensões pragmática e descritiva da noção de NMR que surgiram
dúvidas quanto ao caráter efetivamente “novo” dos fenômenos observados.
Embora a maior parte das religiões se interesse sobretudo pelas verdades eternas e atemporais,
fato é que elas não são estáticas. A mudança é inerente a todas as religiões. A importância que grande
número delas atribui à tradição e à continuidade de seus valores, crenças e mitos fundamentais não
exclui reinterpretações e elaborações internas ou adaptações às condições externas em mudança.
Nesse sentido, as religiões estão sempre em movimento.
O termo “movimento religioso” faz referência a dois aspectos diferentes da mudança no interior das
religiões. De um lado, ele designa correntes particulares de ideias, sentimentos e práticas que, num
dado momento, atravessam as confissões. Por outro lado, os movimentos religiosos podem dar origem
a organizações particulares que tentam introduzir mudanças no interior das religiões estabelecidas,
ou criar novas religiões.
BECKFORD, J. A. Novos movimentos religiosos. PLURAL : Revista do Programa de Pós-Graduação em Sociologia da USP,
São Paulo, v. 26, ano 2, ago./dez., 2019, pp. 326-339 (adaptado).
De acordo com o texto, as novas tendências de Expressões e Movimentos Religiosos
a) pontuam formas diversificadas de sentidos, atravessando as confissões religiosas tradicionais.
b) permeiam a visão contemporânea que cultiva uma religião de acordo com a cristandade que serve
como modelo e dá sentido à vida.
c) excluem reinterpretações e adaptações das mudanças, além de designar correntes particulares de
ideias, sentimentos e práticas que, num dado momento, atravessam as confissões.
d) proporcionam experiências mais sólidas aos seus adeptos, devido às modificações dos campos
simbólicos, com as novas mudanças comportamentais hodiernas, em que há um isolamento das
culturas e expressões religiosas.
e) decorrem da reapropriação das tradições religiosas, da globalização, do pluralismo e das “novas”
formas de expressar o sagrado, que tanto dão sentido à vida, quanto impactam ossímbolos religiosos.