Durante os períodos iniciais da pandemia de
Covid-19, percebeu-se atitudes negacionistas
diante da gravidade e mesmo da inexistência da
doença. Muitas dessas atitudes usaram um discurso
religioso para justificar a inexistência da doença ou
mesmo que bastaria a fé para a cura e para impedir a
disseminação do vírus. Numa situação semelhante,
no Século XVI, durante a “Peste Negra”, Martinho
Lutero deixou por escrito um conselho pastoral,
nos seguintes termos:
“Pedirei a Deus para, misericordiosamente,
proteger-nos. Então farei vapor, ajudarei a purificar
o ar, a administrar remédios e a tomá-los. Evitarei
lugares e pessoas onde minha presença não é
necessária para não ficar contaminado e, assim,
porventura infligirepoluiroutrose,portanto, causar
a morte como resultado da minha negligência. Se
Deus quiser me levar, ele certamente me levará
e eu terei feito o que ele esperava de mim e,
portanto, não sou responsável pela minha própria
morte ou pela morte de outros. Se meu próximo
precisar de mim, não evitarei o lugar ou a pessoa,
mas irei livremente conforme declarado acima.
Veja que essa é uma fé que teme a Deus, porque
não é ousada nem insensata e não tenta a Deus".
LUTHER, M. O Conselho pastoral de Lutero durante a peste negra.
In : Luther´s Works , vol. 43, pp. 365 - 366.
A partir da temática presente no texto, avalie as
afirmações a seguir.
I. A ação pastoral em situações de crise tem
como fundamento o princípio do cuidado.
II. O aconselhamento pastoral possui uma
dimensão ampla, incluindo aspectos sociais.
III. O cuidado espiritual dispensa o cumprimento
dos protocolos sanitários.
IV. A fé lúcida receia a Deus e não o desafia.
É correto apenas o que se afirma em
a) I e IV.
b) II e III.
c) III e IV.
d) I, II e III.
e) I, II e IV.