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Questões de Vestibular: Interpretação Textual

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Texto associado.
TEXTO 
A Banda
(01) Estava à toa na vida
(02) O meu amor me chamou
(03) Pra ver a banda passar
(04) Cantando coisas de amor
(05) A minha gente sofrida
(06) Despediu-se da dor
(07) Pra ver a banda passar
(08) Cantando coisas de amor
[...]
(09) O homem sério que contava dinheiro parou
(10) O faroleiro que contava vantagem parou
(11) A namorada que contava as estrelas parou
(12) Para ver, ouvir e dar passagem
(13) A moça triste que vivia calada sorriu
(14) A rosa triste que vivia fechada se abriu
(15) E a meninada toda se assanhou
(16) Pra ver a banda passar
(17) Cantando coisas de amor
[...]
(18) O velho fraco se esqueceu do cansaço e
(19) pensou
(20) Que ainda era moço pra sair no terraço e
(21) dançou
(22) A moça feia debruçou na janela
(23) Pensando que a banda tocava pra ela
(24) A marcha alegre se espalhou na avenida e
(25) insistiu
(26) A lua cheia que vivia escondida surgiu
(27) Minha cidade toda se enfeitou
(28) Pra ver a banda passar
(29) Cantando coisas de amor
(30) Mas para meu desencanto
(31) O que era doce acabou
(32) Tudo tomou seu lugar
(33) Depois que a banda passou
(34) E cada qual no seu canto
(35) E em cada canto uma dor
(36) Depois da banda passar
(37) Cantando coisas de amor
[...]
HOLLANDA, Francisco Buarque de; RUSSEL, Bob. A banda. Rio de Janeiro: RGE. 1966. Disponível em: https://www.vagalume.com.br/chico-buarque/a-banda.html. Acessado em 27 de abril de 2019.
Sobre as funções da linguagem do texto, é correto afirmar que predomina
Texto associado.
CAPÍTULO CXXIII – OLHOS DE RESSACA 
No enterro de Escobar, seu melhor amigo, Bentinho pensa ver nos olhos de Capitu as marcas da traição de que acredita ter sido vítima. ….......................................................... Enfim, chegou a hora da encomendação e da partida. Sancha quis despedir-se do marido, e o desespero daquele lance consternou a todos. Muitos homens choravam também, as mulheres todas. Só Capitu, amparando a viúva, parecia vencer-se a si mesma. Consolava a outra, queria arrancá-la dali. A confusão era geral. No meio dela, Capitu olhou alguns instantes para o cadáver tão fixa, tão apaixonadamente fixa, que não admira lhe saltassem algumas lágrimas poucas e caladas... As minhas cessaram logo. Fiquei a ver as dela; Capitu enxugou-as depressa, olhando a furto para a gente que estava na sala. Redobrou de carícias para a amiga, e quis levá-la; mas o cadáver parece que a retinha também. Momento houve em que os olhos de Capitu fitaram o defunto, quais os da viúva, sem o pranto nem palavras desta, mas grandes e abertos, como a vaga do mar lá fora como se quisesse tragar também o nadador da manhã. 
Assis, Machado de. Dom Casmurro. 32. ed. São Paulo: Ática, 1997. p. 160-161. (Fragmento).
Nesse trecho, apesar da grande amizade que nutria por Escobar, Bento Santiago tenta disfarçar a sua dor pela perda do amigo porque:
Texto I
O gênero da ciência ou sobre silêncios e temores em torno de uma epistemologia feminista
“Elas recebem menos convites para avaliar o trabalho de seus pares. E meninas se veem como menos
brilhantes desde os 6 anos”. Editoria de Ciências – El País

1 A notícia saiu no início de 2017,trazendo dados de duas pesquisas científicas sobre o alijamento de mulheres
do campo de investigações acadêmicas. A reportagem é ilustrada pela foto de divulgação do hollywoodiano
"Estrelas além do tempo". Naquele filme, racismo, sexismo, machismo e conservadorismo político se juntam
à alta tecnologia beligerante da Guerra Fria. Nada mais representativo do mundo das ciências. O mundo
5 que tem a razão como seu alicerce. A mesma qualidade que sustenta nossas percepções vulgares sobre o
comportamento masculino. Homem => razão => civilização => branquitude => ciência => verdade. Equação que
não apareceu nos infindos cálculos das protagonistas do filme, mas que definiu calculadamente o silêncio que
se instituiria sobre a participação crucial daquelas mulheres na “corrida espacial”.
Mais de meio século separam "Estrelas além do tempo" e a matéria do jornal El País. Neste ínterim,
10 sociedades de matriz ocidental assistiram ao crescimento dos movimentos identitários, dentre estes, o
movimento feminista, manifestado em diferentes correntes políticas e de luta, mas com um elemento em
comum: contestar o lugar naturalizado de opressão que justificava politicamente a desigualdade entre homens
e mulheres. Naquele momento ainda não se falava em gênero como categoria de análise social. Mesmo no
campo dos estudos feministas, trabalhava-se muito mais com a categoria “mulher”.
15 Mais recentemente [...] as feministas começaram a utilizar a palavra “gênero” mais seriamente, no sentido
mais literal, como uma maneira de referir-se à organização social da relação entre os sexos [...] Historicizar o uso
de um termo com a potência política e contestatória da categoria gênero é importante para que entendamos
por que, no presente, estamos assistindo a um recrudescimento conservador que procura realocar no campo
da natureza as desigualdades sociais. [...]
20 Pensar em gênero por esse prisma é ampliar para além do corpo, da anatomia e do biológico as
experiências femininas e masculinas, percebendo que construímos nosso gênero de forma relacional, ou seja,
nas relações sociais, as quais abarcam as instituições pedagogizantes (família, escola, igrejas), de forma que
somos orientadas e orientados pelos valores hegemônicos de cada tempo e lugar, sejam para reiterar esses
valores ou para enfrentá-los.
25 Uma das maneiras de se fazer esses enfrentamentos passa, justamente, pela forma de se construir
conhecimento, quer dizer, propor outras maneiras de se pensar o mundo, as relações humanas e, assim,
de fazer ciência. Esse lugar assegurado de produção de verdades passa a ser contestado pelos discursos
feministas. [...]
O potencial iconoclasta do conceito de gênero se evidencia desde os escritos seminais de Simone de
30 Beauvoir, ainda que ela não tenha se valido dele para denunciar a ciência como um discurso masculinista.
Discurso este que construiu “a representação do mundo, como o próprio mundo (…). Eles [os homens] os
descrevem do ponto de vista que lhes é peculiar e que confundem com a verdade absoluta”. De forma que
esses enunciados, de verdade, legitimaram posições de senso comum que colocam, até o presente, as mulheres
como incomensuravelmente distintas dos homens, como seu “outro”, exterior e inferior a eles mesmos. [...]
35 Os homens criam os mitos da cultura ocidental e, entre estes, está o mito da Mulher, acompanhado
também pela mitologia comum das “figuras masculinas convencionais”. Assim, a humanidade é dividida em
duas classes, criando-se, como diz Beauvoir, um tipo de “conceito platônico” da noção de Mulher – uma Ideia
ou Verdade transcendental imutável: “Assim, à existência dispersa, contingente e múltipla das mulheres, o
pensamento mítico opõe o Eterno Feminino único e cristalizado”. Esse mito é fruto de relações de poder e se
40 constrói para servi-las, pois como afirma Beauvoir de forma contundente: “Poucos mitos foram mais vantajosos
do que esse para a casta dominante: justifica todos os privilégios e autoriza mesmo abusar deles”.
O que os feminismos, em suas distintas expressões políticas, vêm propondo é altamente desestabilizador
do status quo. Se a ciência tem se constituído como o discurso hegemônico do ocidente para propor soluções,
articular análises sobre fenômenos diversos e instituir verdades sobre o mundo, entende-se que enfrentar
45 criticamente essas verdades, denunciando seus vícios de origem e suas lacunas silenciadoras, desestabiliza
privilégios, mas, mais que isso, exige que desenvolvamos outro vocabulário para falar do presente.  

(Larissa Pelúcio. Revista Comciência, Campinas, n° 185, fev. 2017. Disponível em: . Acesso em: 01 abr. 2017. Adaptado.)  
VOCABULÁRIO
Alijamento: exclusão.
Epistemologia: estudo sobre conhecimento científico seus diferentes métodos, suas teorias e práticas; teoria da ciência.
Beligerante: que está em guerra.
Recrudescimento: aumento; intensificação.
Iconoclasta: oposição à tradição.
Status quo: estado vigente; contexto atual.
Fonte: . Acesso em: 02 abr. 2018  

A partir da leitura do texto I, conclui-se que:
Texto associado.
Ancient dreams of intelligent machines: 3,000 years of robots
The French philosopher René Descartes was reputedly fond of automata: 
they inspired his view that living things were biological
machines that function like clockwork. Less known is a strange story that began to circulate after the philosopher’s death in 1650. This
centred on Descartes’s daughter Francine, who died of scarlet fever at the age of five.
According to the tale, a distraught Descartes had a clockwork Francine made: a walking, talking simulacrum. When Queen Christina
invited the philosopher to Sweden in 1649, he sailed with the automaton concealed in a casket. Suspicious sailors forced the trunk open;
when the mechanical child sat up to greet them, the horrified crew threw it overboard.
The story is probably apocryphal. But it sums up the hopes and fears that have been associated with human-like machines for nearly
three millennia. Those who build such devices do so in the hope that they will overcome natural limits – in Descartes’s case, death itself. But
this very unnaturalness terrifies and repulses others. In our era of advanced robotics and artificial intelligence (AI), those polarized responses
persist, with pundits and the public applauding or warning against each advance. Digging into the deep history of intelligent machines, both
real and imagined, we see how these attitudes evolved: from fantasies of trusty mechanical helpers to fears that runaway advances in
technology might lead to creatures that supersede humanity itself.
(Disponível em: <https://www.nature.com/articles/d41586-018-05773-y)
As expressões ‘equipamento emocional’ e ‘ostracismo social’, no segundo parágrafo, podem ser interpretadas, segundo o contexto de ocorrência, respectivamente, como:

Texto associado.
TEXTO 
A Banda
(01) Estava à toa na vida
(02) O meu amor me chamou
(03) Pra ver a banda passar
(04) Cantando coisas de amor
(05) A minha gente sofrida
(06) Despediu-se da dor
(07) Pra ver a banda passar
(08) Cantando coisas de amor
[...]
(09) O homem sério que contava dinheiro parou
(10) O faroleiro que contava vantagem parou
(11) A namorada que contava as estrelas parou
(12) Para ver, ouvir e dar passagem
(13) A moça triste que vivia calada sorriu
(14) A rosa triste que vivia fechada se abriu
(15) E a meninada toda se assanhou
(16) Pra ver a banda passar
(17) Cantando coisas de amor
[...]
(18) O velho fraco se esqueceu do cansaço e
(19) pensou
(20) Que ainda era moço pra sair no terraço e
(21) dançou
(22) A moça feia debruçou na janela
(23) Pensando que a banda tocava pra ela
(24) A marcha alegre se espalhou na avenida e
(25) insistiu
(26) A lua cheia que vivia escondida surgiu
(27) Minha cidade toda se enfeitou
(28) Pra ver a banda passar
(29) Cantando coisas de amor
(30) Mas para meu desencanto
(31) O que era doce acabou
(32) Tudo tomou seu lugar
(33) Depois que a banda passou
(34) E cada qual no seu canto
(35) E em cada canto uma dor
(36) Depois da banda passar
(37) Cantando coisas de amor
[...]
HOLLANDA, Francisco Buarque de; RUSSEL, Bob. A banda. Rio de Janeiro: RGE. 1966. Disponível em: https://www.vagalume.com.br/chico-buarque/a-banda.html. Acessado em 27 de abril de 2019.
Se compreendermos o texto como um paradigma da representação do mundo contemporâneo, é correto afirmar que
Texto associado.
CAPÍTULO CXXIII – OLHOS DE RESSACA 
No enterro de Escobar, seu melhor amigo, Bentinho pensa ver nos olhos de Capitu as marcas da traição de que acredita ter sido vítima. ….......................................................... Enfim, chegou a hora da encomendação e da partida. Sancha quis despedir-se do marido, e o desespero daquele lance consternou a todos. Muitos homens choravam também, as mulheres todas. Só Capitu, amparando a viúva, parecia vencer-se a si mesma. Consolava a outra, queria arrancá-la dali. A confusão era geral. No meio dela, Capitu olhou alguns instantes para o cadáver tão fixa, tão apaixonadamente fixa, que não admira lhe saltassem algumas lágrimas poucas e caladas... As minhas cessaram logo. Fiquei a ver as dela; Capitu enxugou-as depressa, olhando a furto para a gente que estava na sala. Redobrou de carícias para a amiga, e quis levá-la; mas o cadáver parece que a retinha também. Momento houve em que os olhos de Capitu fitaram o defunto, quais os da viúva, sem o pranto nem palavras desta, mas grandes e abertos, como a vaga do mar lá fora como se quisesse tragar também o nadador da manhã. 
Assis, Machado de. Dom Casmurro. 32. ed. São Paulo: Ática, 1997. p. 160-161. (Fragmento).
Em diversas passagens da obra, o narrador menciona os olhos de Capitu como sendo “olhos de ressaca”, sendo isso uma referência clara:
Texto associado.
O texto a seguir é referência para a questão.

         A explosão das medusas em todo o mundo se deve a uma série de fatores inter-relacionados. Uma das principais causas é o excesso de pesca de seus predadores naturais, como o atum, o que ao mesmo tempo elimina a concorrência pelo alimento e o espaço de reprodução. Em paralelo, diversas atividades humanas em regiões costeiras também ajudam a explicar o fenômeno: ali onde enormes quantidades de nutrientes são jogadas no mar (em forma de resíduos agrícolas, por exemplo), produzindo grandes explosões de populações de algas e plânctons, que consomem o oxigênio da água e geram as denominadas zonas mortas. Não muitos peixes e mamíferos aquáticos conseguem sobreviver nelas, mas as medusas sim, além de encontrarem no plâncton uma fonte de alimentação abundante e ideal. Quando as populações de medusas conseguem se estabelecer, as larvas de outras espécies acabam sendo parte do cardápio também, desequilibrando a cadeia trófica.
           As medusas são, além disso, um dos poucos vencedores naturais da mudança climática, já que seu ciclo reprodutivo é favorecido pelo aumento da temperatura nos ciclos oceânicos. Mas há mais fatores. Existem evidências de que certas espécies de medusa se reproduzem com mais facilidade junto a estruturas costeiras artificiais, como molhes e píeres. Por isso, é difícil saber se os esforços para deter, ou até reverter a mudança climática, representam uma solução à crescente presença de medusas nos mares, pelo menos enquanto continuem gerando problemas em ecossistemas costeiros e cadeias alimentares marinhas. [...]
            No entanto – e não muito longe de Monte Hermoso – um cientista elucubra uma ideia mais interessante: se queremos resolver o problema das medusas, temos de parar de vê-las como um mal, e começar a vê-las como comida. 
                                                                                                (Disponível em: <//brasil.elpais.com/brasil/2018/09/18/ ciencia/ 1537282711_8640007.html> .)
Entre principais e secundários, o texto menciona como causas de origem antrópica da proliferação de medusas:
Texto associado.
TEXTO
Não Espere Pelo Fim
(133)     Foi com palavras aprazíveis e um
(134) ingênuo sorriso que o homem de rosto
(135) enrugado e cabelos acinzentados dirigiu-se à
(136) sua ranzinza colega de abrigo:
(137)     – A vida não acabou. Não é chegada a
(138) hora de postar-se diante do túmulo como se
(139) a morte estivesse à espreita. É tempo de se
(140) renovar, tomar novas escolhas e trilhar por
(141) novos caminhos. Alimente os sonhos! Seja
(142) jovem novamente!
(143)     Tão rápido, naquele dia, nasceu uma
(144) inesperada paixão entre os dois. Aquele
(145) carinho que Emanuel sempre sentira por
(146) Maria das Dores enfim foi retribuído.
(147)     Quem disse que os velhos não podem
(148) se apaixonar?
(149)     Maldito preconceito que cria raízes
(150) profundas, inclusive na alma dos segregados!
(151)     E, assim, tão logo o tempo passou.
(152) Anos de risos fáceis.
(153)     No entanto, não foi com lágrimas de
(154) arrependimento que Maria fitou o epitáfio de
(155) Emanuel, mas sim com olhos aquosos de
(156) saudade e uma profunda paz em seu coração
(157) renovado.
JONES, Sebastião. Não Espere Pelo Fim. Disponível em: http://autoressaconcursosliterarios.blogspot.com/2013/05/o s-20-minicontos-classificados.html. [online]. 2013. Acessado em 26 de abril de 2019.
Com base no texto, é INCORRETO afirmar que
Texto associado.
O povo que chupa o caju, a manga, o cambucá e a jabuticaba, pode falar uma língua com igual pronúncia e o mesmo espírito do povo que sorve o figo, a pera, o damasco e a nêspera?
 José de Alencar. Bênção Paterna. 


Prefácio a Sonhos d’ouro. A graciosa ará, sua companheira e amiga, brinca junto dela. Às vezes sobe aos ramos da árvore e de lá chama a virgem pelo nome, outras remexe o uru de palha matizada, onde traz a selvagem seus perfumes, os alvos fios do crautá, as agulhas da juçara com que tece a renda e as tintas de que matiza o algodão.
 José de Alencar. Iracema. 


Glossário: “ará”: periquito; “uru”: cesto; “crautá”: espécie de bromélia; “juçara”: tipo de palmeira espinhosa. 
Com base nos trechos acima, é adequado afirmar: 
Texto associado.
TEXTO
01. – Para mim esta é a melhor hora do dia –
02. Ema disse, voltando do quarto dos meninos. –
03. Com as crianças na cama, a casa fica tão
04. sossegada.
05. – Só que já é noite – a amiga corrigiu, sem
06. tirar os olhos da revista. Ema agachou-se para
07. recolher o quebra-cabeça esparramado pelo
08. chão.
09. – É força de expressão, sua boba. O dia
10. acaba quando eu vou dormir, isto é, o dia tem
11. vinte quatro horas e a semana tem sete dias,
12. não está certo? – Descobriu um sapato sob a
13. poltrona. Pegou-o e, quase deitada no tapete,
14. procurou, depois, o par ........ dos outros
15. móveis.
16. Era bom ter uma amiga experiente. Nem
17. precisa ser da mesma idade – deixou-se cair
18. no sofá – Bárbara, muito mais sábia.
19. Examinou-a a ler: uma linha de luz dourada
20. valorizava o perfil privilegiado. As duas eram
21. tão inseparáveis quanto seus maridos, colegas
22. de escritório. Até ter filhos juntas
23. conseguiram, acreditasse quem quisesse. Tão
24. gostoso, ambas no hospital. A semelhança
25. física teria contribuído para o perfeito
26. entendimento? “Imaginava que fossem
27. irmãs”, muitos diziam, o que sempre causava
28. satisfação.
29. – O que está se passando nessa cabecinha?
30. – Bárbara estranhou a amiga, só doente
31. pararia quieta. Admirou-a: os cabelos soltos,
32. caídos no rosto, escondiam os olhos ...........,
33. azuis ou verdes, conforme o reflexo da roupa.
34. De que cor estariam hoje seus olhos?
35. Ema aprumou o corpo.
36. – Pensava que se nós morássemos numa
37. casa grande, vocês e nós...
38. Bárbara sorriu. Também ela uma vez tivera
39. a ideia. – As crianças brigariam o tempo todo.
40. Novamente a amiga tinha razão. Os filhos
41. não se suportavam, discutiam por qualquer
42. motivo, ciúme doentio de tudo. O que
43. sombreava o relacionamento dos casais.
44. – Pelo menos podíamos morar mais perto,
45. então.
46. Se o marido estivesse em casa, seria
47. obrigada a assistir à televisão, ........, ele mal
48. chegava, ia ligando o aparelho, ainda que
49. soubesse que ela detestava sentar que nem
50. múmia diante do aparelho – levantou-se,
51. repelindo a lembrança. Preparou uma jarra de
52. limonada. ........ todo aquele interesse de
53. Bárbara na revista? Reformulou a pergunta
54. em voz alta.
55. – Nada em especial. Uma pesquisa sobre o
56. comportamento das crianças na escola, de
57. como se modificam as personalidades longe
58. dos pais.
Adaptado de: VAN STEEN, Edla. Intimidade.
In: MORICONI, Italo (org.) Os cem melhores
contos brasileiros do século. 1. ed. Rio de
Janeiro: Objetiva, 2009. p. 440-441.
Considere as seguintes afirmações sobre a temporalidade e suas relações de sentido expressas no texto.
I - Os empregos do pretérito perfeito na narrativa situam as ações da personagem Ema no dia em que recebe a visita de sua amiga Bárbara, enquanto o presente faz parte do diálogo das personagens nesse passado narrado.
II - A palavra depois (l. 14) expressa o tempo posterior à Ema descobrir um sapato sob a poltrona, auxiliando na marcação de início e término das ações na narrativa.
III- Os usos do pretérito imperfeito na passagem Os filhos não se suportavam, discutiam por qualquer motivo (l. 40-42) descreve as ações continuadas dos filhos das personagens no passado narrado para caracterizar o relacionamento das crianças.
Quais estão corretas?