TEXTO I
É da maior utilidade saber falar de modo a persuadir
e conter o arrebatamento dos espíritos desviados pela
doçura da sua eloquência. Foi com este fim que me
apliquei a formar uma biblioteca. Desde há muito tempo
em Roma, em toda a Itália, na Germânia e na Bélgica,
gastei muito dinheiro para pagar a copistas e livros,
ajudado em cada província pela boa vontade e solicitude
dos meus amigos.
GEBERTO DE AURILLAC. Lettres. Século X. Apud PEDRERO-SÁNCHEZ, M. G.
História da Idade Média : texto e testemunhas. São Paulo: Unesp, 2000.
TEXTO II
Eu não sou doutor nem sequer sei do que trata
esse livro; mas, como a gente tem que se acomodar às
exigências da boa sociedade de Córdova, preciso ter
uma biblioteca. Nas minhas prateleiras tenho um buraco
exatamente do tamanho desse livro e como vejo que
tem uma letra e encadernação muito bonitas, gostei dele
e quis comprá-lo. Por outro lado, nem reparei no preço.
Graças a Deus sobra-me dinheiro para essas coisas.
AL HADRAMI. Século X. Apud PEDRERO-SÁNCHEZ, M. G. A Península Ibérica entre o
Oriente e o Ocidente : cristãos, judeus e muçulmanos. São Paulo: Atual, 2002.
Nesses textos do século X, percebem-se visões distintas
sobre os livros e as bibliotecas em uma sociedade
marcada pela
a) difusão da cultura favorecida pelas atividades urbanas.
b) laicização do saber, que era facilitada pela educação
nobre.
c) ampliação da escolaridade realizada pelas corporações
de ofício.
d) evolução da ciência que era provocada pelos
intelectuais bizantinos.
e) publicização das escrituras, que era promovida pelos
sábios religiosos.