Texto associado. No Brasil, como em outras partes, os escravos negociaram mais do que lutaram abertamente contra o sistema. Trata-se do heroísmo prosaico de cada dia. “Apesar das chicotadas, das dietas inadequadas, da saúde seriamente comprometida ou do esfacelamento da família pela venda, os escravos conseguiram viver seu dia a dia”, conforme analisou Sandra Graham. “Relativamente poucos, na verdade, assassinaram seus senhores, ou participaram de rebeliões, enquanto a maioria, por estratégia, criatividade ou sorte, ia vivendo da melhor forma possível”. Como verbalizaram os próprios escravos, no Sul dos Estados Unidos, “os brancos fazem como gostam; os pretos, como podem”. (REIS. 1989. p 14).
Essa educação realizada em grupos bem
determinados e de práticas formalizadas,
possivelmente se destinava a inculcar a
obediência, a coragem, a disciplina, a
habilidade militar profissional e uma vida
pública ao invés da privada [...] frisa que um
grupo de jovens portando chicote tinha a
responsabilidade de corrigir os meninos sempre
que fosse preciso, visando à manutenção do
respeito e da disciplina [...]. Os jovens [...] eram
tirados de suas famílias aos sete anos de idade
e divididos em grupos, [...], nos quais
aprendiam a conviver com indivíduos da
mesma faixa etária. [...]
Até os onze anos era permitido que o jovem
voltasse para a casa de sua família, e lá
passasse a noite. No entanto, ao completar os
doze anos de idade, este jovem deveria dormir
com seus companheiros de alojamento e essa
prática perduraria até os trinta anos [...] temos
informações de que os jovens, conforme iam
crescendo tinham suas cabeças raspadas,
caminhavam descalços e ficavam nus a maior
parte do tempo. Abandonavam a túnica e
recebiam um único manto para o ano inteiro.
Esses jovens ignoravam todo tipo de cuidado
com a aparência, e dormiam em esteiras feitas
de juncos. (ESSA EDUCAÇÃO... 2018).
A educação sempre foi um aspecto importante no
desenvolvimento das diversas sociedades, no decorrer dos
processos históricos.
O relato da formação educacional dos jovens, no texto, remete
à civilização
a) egípcia, quando a ameaça de democratização do poder
pelas reformas empreendidas a partir da unificação dos
reinos do Baixo Egito e Alto Egito, exigiu a formação de
uma guarda imperial submetida ao Faraó.
b) espartana, quando a formação de uma camada de
guerreiros, que detinha o poder político e econômico,
exigia uma educação de caráter militarista, para a
manutenção de um sistema oligárquico no poder através
da coerção dos hilotas.
c) medieval, quando a carreira militar, através da
consagração como cavaleiro, era uma das poucas
possibilidades de o servo camponês ascender socialmente
e abandonar sua situação de miserabilidade.
d) muçulmana, quando a jihad foi utilizada pela doutrina
islâmica para a formação de um império militarista, que
expandiu suas conquistas pela Península Ibérica, em
detrimento do desenvolvimento científico e comercial.
e) moderna, quando a conquista e colonização do continente
africano pelos europeus ocorreu com a formação do
movimento das Cruzadas para a reconquista da Terra
Santa, durante o processo da expansão marítima e
comercial.