"Entenderemos por "desenvolvimento", portanto, apenas as mudanças da vida econômica que não lhe forem impostas de fora, mas que surjam de dentro por sua própria iniciativa. Se se concluir que não há tais mudanças emergindo na própria esfera econômica, e que o fenômeno que chamamos de desenvolvimento econômico é na prática baseado no fato de que os dados mudam e que a economia se adapta continuamente a eles, então diríamos que não há nenhum desenvolvimento econômico. Pretenderíamos com isso dizer que o desenvolvimento econômico não é um fenômeno a ser explicado economicamente, mas que a economia, em si mesmo sem desenvolvimento, é arrastada pelas mudanças do mundo a sua volta, e que as causas e portanto a explicação do desenvolvimento devem ser procuradas fora do grupo de fatos que são descritos pela teoria econômica." SCHUMPETER, Joseph. Teoria do desenvolvimento econômico: uma investigação sobre lucros, capital, crédito, juro e o ciclo econômico. 3 ed. São Paulo: Nova Cultural, 1988. p. 47. Para Schumpeter, a vida econômica sob o capitalismo opera como um fluxo circular, isto é, o sistema tende a se repor, ano após ano e o desenvolvimento econômico consiste nessas mudanças na vida econômica, engendradas pelo próprio sistema, em fenômenos e mudanças qualitativas que criam os pré-requisitos de um etapa para a outra. Para o autor, quem é a figura ou agente fundamental de todos os processos, desde o que investiga a inovação ao que a aplica no fluxo.
a) Para Schumpeter, os donos de terras serão os agentes principais da introdução de métodos inovativos, pois vão aprimorar o campo para servir às novas demandas.
b) O autor salienta o trabalho do empresário-empreendedor, que intui as novas oportunidades e os novos produtos e desempenha a função de educar o desejo do consumidor
c) Para ele, o professor ou cientista é que está na frente da descoberta inovativa e na propagação do fluxo, sendo responsável por ensinar o consumidor a desejar produtos novos, diferentes daqueles consumidos habitualmente.
d) Para Schumpeter o papel está na propaganda e nos profissionais que a realizam. Estes carregam a responsabilidade de tornar o produto atrativo e iniciar sua demanda.
e) O autor é categórico em estabelecer o Estado como a única figura capacitada para tocar todos as etapas do ciclo. Quando isso ocorre, há uma propulsão inovativa e, consequentemente, uma mudança de ciclo.