“Nas universidades, os paradoxos e as
ambiguidades do regime militar se manifestaram plenamente, revelando a
complexidade dessa experiência autoritária. De fato, o regime político construído
a partir de 1964 teve dupla dimensão: ele foi, simultaneamente, destrutivo e
reformador, e, nunca é demais ressaltar, o seu impulso modernizador foi
viabilizado por meios repressivos”. (MOTTA, Rodrigo de Sá. A ditadura nas
universidades: repressão modernização e acomodação . IN. Revista Ciência &
Cultura: temas e tendências, Universidade na Ditadura Militar, Revista da
Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência. Ano 66, outubro de 2014, p. 21-26)
O texto acima nos inspira a refletir sobre um dos momentos mais significativos
da História do Brasil. Sobre esta temática é correto afirmar:
a) Os grupos liberais, conservadores, reacionários,
nacionalistas autoritários e até reformistas moderados, apesar de sua
heterogeneidade ideológica, foram contrários ao golpe de 1964, pois acreditavam
nas reformas de João Goulart como mecanismo de solução para os problemas
brasileiros da época;
b) O golpe de 1964, seguia a tradição política brasileira
enraizada desde os anos de 1930, sendo a preocupação maior o combate aos
reformistas, se possível até com a adesão dos comunistas;
c) A campanha contra os comunistas foi a principal
justificativa de apoio ao golpe de 1964 aos olhos de parte expressiva da opinião
pública, o que gerou expurgos que afetaram setores progressistas da sociedade;
d) O regime militar combateu e censurou as ideias
de esquerda e tudo mais que achasse perigoso e desviante, mas não conseguiu
controlar e subjugar o movimento estudantil que permaneceu livre no combate ao
regime militar sem sofrer o impacto da repressão;
e) Considerando
os países do cone sul, o Brasil é o único em que os agentes repressivos da
ditadura foram punidos, diante das pressões internas e de agências
internacionais de defesa dos direitos humanos.