Questões de Enem e Vestibulares: UnB

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TEXTO
Esta ordem do mundo não a criou nenhum dos deuses, nem dos homens, mas sempre existiu e existe e há de existir: fogo sempre vivo, que se acende com medida e com medida se extingue.
Heráclito. Fragmento 30. In: Geoffrey Kirk et al. Os filósofos pré-socráticos. Trad. Carlos A. L. Fonseca. Lisboa: Fundação Calouste Gulbekian, 2010, p. 205 (com adaptações).
Tendo como referência o fragmento de texto apresentado, do filósofo pré-socrático Heráclito de Éfeso, que afirmava que o fogo seria o princípio de todas as coisas, julgue o item a seguir.
O fragmento de texto remete a uma ideia comum aos filósofos pré-socráticos: evitar explicações que relacionassem os fenômenos naturais às vontades de deuses.
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TEXTO
1 Em outubro de 1917, os bolcheviques (maioria,
em russo) lideraram uma revolução, invadiram o palácio
do czar, subiram pelas escadarias e derrubaram séculos de
4 absolutismo, instalando um governo de operários e camponeses.
Tudo mentira. Os bolcheviques não eram maioria,
o czar não morava no palácio de inverno (ele abdicara em
7 março e estava preso a quilômetros de distância). Em outubro
de 1917, não havia mais monarquia, e a Rússia era uma
república mambembe. Os poucos revoltosos entraram no
10 palácio por janelas laterais, e o prédio não estava guarnecido
por tropa capaz de defendê-lo. A cena da tomada do palácio,
com uma heroica multidão subindo sua escadaria, foi uma
13 invenção do cineasta Sergei Eisenstein. Ele teve a ajuda de
cinco mil figurantes, e a filmagem, em 1928, causou mais
danos ao palácio que a sua tomada em 1917. A grandiosidade
16 de Eisenstein fez que suas cenografias engolissem a realidade.
O massacre da escadaria de Odessa, do Encouraçado
Potemkin, também não aconteceu.
Elio Gaspari. O centenário da Rússia de 1917. In:
O Globo, 11/1/2017, p. 16 (com adaptações).
Tendo o trecho precedente como referência, julgue o item.
O texto encerra importante questão teórica acerca da produção historiográfica ao demonstrar que as narrativas relativas a acontecimentos históricos — a exemplo de revoluções, guerras, golpes de Estado ou outros de qualquer natureza — podem ser distintas e estar vinculadas a diferentes visões de mundo.
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TEXTO
Esta ordem do mundo não a criou nenhum dos deuses, nem dos homens, mas sempre existiu e existe e há de existir: fogo sempre vivo, que se acende com medida e com medida se extingue.
Heráclito. Fragmento 30. In: Geoffrey Kirk et al. Os filósofos pré-socráticos. Trad. Carlos A. L. Fonseca. Lisboa: Fundação Calouste Gulbekian, 2010, p. 205 (com adaptações).
Tendo como referência o fragmento de texto apresentado, do filósofo pré-socrático Heráclito de Éfeso, que afirmava que o fogo seria o princípio de todas as coisas, julgue o item a seguir.
A noção de “medida” corresponde à noção de harmonia para os filósofos pitagóricos.
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Durante décadas, as mulheres lutaram pelo direito ao voto.
No Reino Unido, essa luta foi a mais ferrenha entre todos os países
da Europa. No início do século XX, algumas mulheres chegaram a
transgredir leis para conquistar seu direito ao voto, e o aparato do
Estado respondia duramente, desfazendo manifestações a golpes e
pauladas e encarcerando manifestantes. Apesar disso, o movimento
continuou e, em 6 de fevereiro de 1918, foi aprovada uma lei que
concedia às mulheres com idade acima de trinta anos e com
determinado patrimônio o direito de participar de eleições. Somente
dez anos depois, o direito de voto das mulheres foi igualado ao dos
homens. A luta das mulheres inglesas pelo direito ao voto é
retratada no filme As sufragistas, de 2015.
Peter Hille A longa luta das sufragistas pelo direito de votar
In: DW Brasil, 6/2/2018 Internet: (com adaptações)
Considerando o fragmento de texto apresentado e os diversos
aspectos por ele suscitados, julgue os itens seguintes.
Na Antiguidade Clássica, as mulheres tiveram papel central na política: tanto na Grécia, berço da democracia, quanto em Roma, berço do direito, elas ocupavam importantes funções administrativas no governo e nas assembleias, recebendo remuneração igual ou superior à dos homens que ocupavam cargos da mesma natureza
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1 Comunidade das pequenas salas de cinema, não muita
gente, e a que houver tocada em cheio como o coração tocado
por um dedo vibrante, tocada, a pequena assembleia humana,
4 por um sopro noturno, uma ação estelar. Não se vai lá em
busca de catarse direta, mas de arrebatamento, cegueira, transe.
Vão alguns em busca de beleza, dizem. É uma ciência de ritmo,
7 ciclo, luz miraculosamente regulada, uma ciência de espessura
e transparência da matéria? De todos os pontos da trama
luminosa, ao fundo da assembleia sentadamente muda
10 morrendo e ressuscitando segundo a respiração na noite das
salas, a mão instruída nas coisas mostra, rodando
quintuplamente esperta, a volta do mundo, a passagem de
13 campo a campo, fogo, ar, terra, água, éter, verdade
transmutada, forma. (...)
A escrita não substitui o cinema nem o imita, mas a
16 técnica do cinema, enquanto ofício propiciatório, suscita
modos esferográficos de fazer e celebrar. Olhos
contempladores e pensadores, mão em mãos seriais,
19 movimento, montagem da sensibilidade, música vista (ouçam
também com os olhos!) (...) O arroubo é uma atenção votada às
miúdas cumplicidades com o mundo, o mundo em frases, em
22 linhas fosforescentes, em texto revelado, como se diz que se
revela uma fotografia ou se revela um segredo. O poema, o
cinema, são inspirados porque se fundam na minúcia e no rigor
25 das técnicas da atenção ardente.
Alimentamo-nos de imagens emendadas,
representações conjugadas simbolicamente, pontos fortes e
28 luminosos, pensamentos bucais (...). A imagem é um ato pelo
qual se transforma a realidade, é uma gramática profunda no
sentido em que refere que o desejo é profundo, e profunda a
31 morte, e a vida ressurrecta.
Herberto Helder Cinemas In: Relâmpago: Revista
de Poesia n º 3, 1998, p 7-8 (com adaptações)
Com relação ao texto Cinemas, do poeta português Herberto
Helder, e a aspectos a ele relacionados, julgue os itens de 1 a 8 e
assinale a opção correta no item 9, que é do tipo C.
O texto evoca a dinâmica da experiência cinematográfica por meio do emprego de expressões nominais coordenadas, como nos trechos “Olhos contempladores e pensadores, mão em mãos seriais, movimento, montagem da sensibilidade, música vista” (R. 17 a 19) e “imagens emendadas, representações conjugadas simbolicamente, pontos fortes e luminosos, pensamentos bucais” (R. 26 a 28).
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As Jornadas de Junho de 2013 pareciam um enigma. Nem a alta do dólar ou o aumento da inflação podiam ser o motivo decisivo das revoltas. Ao contrário, a perplexidade adveio da manifestação puramente política, ainda que detonada pelos aumentos de tarifas de transporte público. De um lado, a pauta popular, organizada de baixo para cima nos primeiros dias, na qual era central a questão da tarifa de transporte. De outro, uma pauta que veio de cima para baixo. Esta era a pauta de massa. A questão aqui não é o conteúdo, mas a forma, ou seja, o que importa é como a “vanguarda” interpela os demais. A linguagem de cima é apelativa como a publicidade. A de baixo assemelha-se ao jogral. A pauta massificada nasce de baixo apenas aparentemente. Em um universo de simulacros desprendidos de suas bases, em que os indivíduos relacionam-se diretamente sem mediações visíveis, os manifestantes virtuais não canalizam seu descontentamento pela representação política. Assim, ela se reduz a uma crítica generalizada dos próprios políticos profissionais, mas não do modo de produção da política.
Lincoln Secco. As jornadas de junho. In: VV. AA. Cidades rebeldes. Passe livre e as manifestações que tomaram as ruas do Brasil. São Paulo: Boitempo/Carta Maior, 2013, p. 71-8 (com adaptações).
Acerca do tema do texto acima e de aspectos a ele correlacionados, julgue o próximo item.
As discussões de questões políticas nos espaços virtuais, notadamente por meio das redes sociais, primam pela valorização das divergências e pelo acesso igualitário aos espaços concedidos pelos vários meios de comunicação.
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Bons dias!
1 Eu pertenço a uma família de profetas après coup,
post factum, depois do gato morto, ou como melhor nome
tenha em holandês. Por isso digo, e juro se necessário for, que
4 toda a história desta lei de 13 de maio estava por mim prevista,
tanto que na segunda-feira, antes mesmo dos debates, tratei de
alforriar um molecote que tinha, pessoa de seus dezoito anos,
7 mais ou menos. Alforriá-lo era nada; entendi que, perdido por
mil, perdido por mil e quinhentos, e dei um jantar.
(...)
10 No golpe do meio (coup du milieu, mas eu prefiro
falar a minha língua), levantei-me eu com a taça de champanha
e declarei que acompanhando as ideias pregadas por Cristo, há
13 dezoito séculos, restituía a liberdade ao meu escravo Pancrácio;
que entendia que a nação inteira devia acompanhar as mesmas
ideias e imitar o meu exemplo; finalmente, que a liberdade era
16 um dom de Deus, que os homens não podiam roubar sem pecado.
Pancrácio, que estava à espreita, entrou na sala, como
um furacão, e veio abraçar-me os pés.
19 (...)
No dia seguinte, chamei o Pancrácio e disse-lhe com
rara franqueza:
22 — Tu és livre, podes ir para onde quiseres. Aqui tens
casa amiga, já conhecida, e tens mais um ordenado, um
ordenado que...
25 — Oh! Meu senhô! Fico.
— ...Um ordenado pequeno, mas que há de crescer.
Tudo cresce neste mundo; tu cresceste imensamente. Quando
28 nasceste, eras um pirralho deste tamanho; hoje estás mais alto
que eu. Deixa ver; olha, és mais alto quatro dedos...
— Artura não qué dizê nada, não, senhô...
31 — Pequeno ordenado, repito, uns seis mil-réis; mas é
de grão em grão que a galinha enche o seu papo. Tu vales
muito mais que uma galinha.
34 — Justamente. Pois seis mil-réis. No fim de um ano,
se andares bem, conta com oito. Oito ou sete.
Pancrácio aceitou tudo; aceitou até um peteleco que
37 lhe dei no dia seguinte, por me não escovar bem as botas;
efeitos da liberdade. Mas eu expliquei-lhe que o peteleco,
sendo um impulso natural, não podia anular o direito civil
40 adquirido por um título que lhe dei. Ele continuava livre, eu de
mau humor; eram dois estados naturais, quase divinos.
Boas noites.
Machado de Assis. Obra completa. Vol. III. 3.ª ed.
Rio de Janeiro: José Aguilar, 1973, p. 489-91.
Tendo como referência o fragmento acima, da crônica Bons dias!,de Machado de Assis, julgue o item.
Na crônica, reconhece-se um narrador franco, que expõe exatamente o que pensa, agindo de acordo com o que enuncia, diferentemente dos narradores dos romances Dom Casmurro e Memórias Póstumas de Brás Cubas.
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TEXTO
1 O castelo, a igreja e a cidade foram cenários de teatro.
É sintomático que a Idade Média tenha ignorado um lugar
próprio para o teatro. Os palcos e as encenações eram
4 improvisados onde houvesse um centro de vida social. Na
igreja, as cerimônias religiosas eram festas, e do drama
litúrgico é que saiu o teatro. No castelo, os banquetes, torneios,
7 espetáculos de trovadores, jograis, dançarinos e domadores de
ursos se sucediam. Nas cidades, teatros mambembes
ergueram-se nas praças. Todas as classes sociais faziam das
10 festas familiares cerimônias ruinosas: os casamentos deixavam
os camponeses empobrecidos por anos e os senhores, por
meses. Os jogos exerciam uma sedução singular sobre a
13 sociedade. Escrava da natureza, ela entregava-se ao acaso: os
dados rolavam em todas as mesas. Prisioneira de estruturas
sociais rígidas, ela transformou a própria estrutura social em
16 um jogo.
Jacques Le Goff. A civilização do ocidente medieval.
Bauru: EDUSC, 2005, p. 362 (com adaptações).
No que se refere ao trecho de texto apresentado e aos múltiplos aspectos a ele relacionados, julgue o item seguinte.
Ao mencionar “estruturas sociais rígidas” (R. 14 e 15), o texto remete à organização da sociedade feudal que, tendo vigorado em grande parte da Europa medieval, foi marcada pelas relações servis de produção e de suserania e vassalagem, nas quais a lealdade era pressuposto essencial.
Texto associado.
O termo biopic é utilizado para denominar um filme que
dramatiza, em graus variados de exatidão histórica, a vida de
alguma personalidade real importante. Na história do cinema,
sobejam exemplos de biopics de músicos famosos, de contextos dos
mais variados. Exemplos de cinebiografias de músicos clássicos
incluem Amadeus (1984), que relata aspectos da vida do
compositor austríaco Wolfgang Amadeus Mozart, supostamente
contada por seu contemporâneo Antonio Salieri; Immortal Beloved
(Minha amada imortal, 1994), um retrato bem elaborado da
personalidade de Ludwig van Beethoven, a partir de uma carta de
amor escrita pelo compositor e encontrada após sua morte; e Coco
Chanel e Igor Stravinsky (2010), que conta a relação entre a
famosa estilista francesa e o consagrado compositor russo. No
cinema brasileiro, várias produções se baseiam na vida de músicos
populares, como Os dois filhos de Francisco (2005), sobre a
trajetória da dupla sertaneja Zezé Di Camargo e Luciano; Gonzaga:
de pai para filho (2012), uma cinebiografia do rei do baião, Luís
Gonzaga, que destaca o relacionamento conturbado do cantor com
seu filho, o cantor e compositor Gonzaguinha; e Elis (2016), que
retrata a carreira artística de Elis Regina, uma das maiores vozes da
música brasileira.
Com relação às personalidades da música mencionadas no texto
precedente, bem como aos diversos aspectos relacionados às
informações nele contidas, julgue os itens seguintes.
Enquanto produto e manifestação cultural do consumo de massa, a música não está conectada a identidade e localização geográfica, sendo os adeptos de um gênero musical consumidores de um produto massificado e desprovido de identidade.
Texto associado.
O termo biopic é utilizado para denominar um filme que
dramatiza, em graus variados de exatidão histórica, a vida de
alguma personalidade real importante. Na história do cinema,
sobejam exemplos de biopics de músicos famosos, de contextos dos
mais variados. Exemplos de cinebiografias de músicos clássicos
incluem Amadeus (1984), que relata aspectos da vida do
compositor austríaco Wolfgang Amadeus Mozart, supostamente
contada por seu contemporâneo Antonio Salieri; Immortal Beloved
(Minha amada imortal, 1994), um retrato bem elaborado da
personalidade de Ludwig van Beethoven, a partir de uma carta de
amor escrita pelo compositor e encontrada após sua morte; e Coco
Chanel e Igor Stravinsky (2010), que conta a relação entre a
famosa estilista francesa e o consagrado compositor russo. No
cinema brasileiro, várias produções se baseiam na vida de músicos
populares, como Os dois filhos de Francisco (2005), sobre a
trajetória da dupla sertaneja Zezé Di Camargo e Luciano; Gonzaga:
de pai para filho (2012), uma cinebiografia do rei do baião, Luís
Gonzaga, que destaca o relacionamento conturbado do cantor com
seu filho, o cantor e compositor Gonzaguinha; e Elis (2016), que
retrata a carreira artística de Elis Regina, uma das maiores vozes da
música brasileira.
Com relação às personalidades da música mencionadas no texto
precedente, bem como aos diversos aspectos relacionados às
informações nele contidas, julgue os itens seguintes.
Assim como Luis Gonzaga, a cantora Elis Regina foi uma das principais representantes do baião no Brasil.