Se por um lado podemos falar de certa “influência”
do feminismo nas organizações de esquerda armada a
partir da admissão das mulheres nessas organizações,
e de sua efetiva participação, muitas vezes de armas
na mão, nos eventos, além de sua prisão, tortura e
desaparecimento, por outro lado, a impressão que temos
ao ler os relatos ou ouvir os testemunhos das pessoas
entrevistadas é que uma “consciência feminista” apenas
se deu nessas mulheres num momento posterior. Como
se o contato com os movimentos e literatura feministas no
exílio ou após 1975, com o Ano da Mulher instituído pela
Organização das Nações Unidas, desse a tais mulheres
palavras para expressar o que antes seria um sentimento
difuso diante daquilo que lhes acontecia no cotidiano.
WOLFF, C. S. Feminismo e configurações de gênero na guerrilha: perspectivas
comparativas no Cone Sul, 1968-1985. Revista Brasileira de História , n. 54, 2007.
Para as mulheres apresentadas no texto, a reflexão sobre
a perspectiva feminista proporcionou o(a)
a) desvalorização de suas demandas na resistência.
b) direcionamento da ação militante contra a violência
doméstica.
c) enfraquecimento da atuação nos movimentos
subversivos.
d) ressignificação da memória acerca do engajamento
político.
e) limitação da participação das trabalhadoras em
manifestações.