Quando Ametista levava situações de racismo sofrido por ela para a terapia, sua terapeuta branca
tentava convencê-la de que “somos todos um, que somos todos iguais... ". Ao ser entrevistada,
Ametista verbalizou: “todas as experiências (com psicoterapeutas) que eu tive sempre confirmaram
as críticas de que a Psicologia não daria conta das especificidades das vivências raciais ” e completou:
"Parece que as pessoas não ouviam o que eu estava falando e afirmavam uma universalidade
da experiência ”.
DAMASCENO, M. G.; ZANELLO, V. Psicoterapia, raça e racismo no contexto brasileiro: experiências e percepções de mulheres negras.
Psicologia em Estudo , v. 24, p. 1-15, 2019 (adaptado).
A partir do texto e considerando as vivências da população negra em razão do racismo, assinale a
opção correta.
a) As teorias psicológicas, em sua maioria, abordam as relações raciais como constituintes do sofrimento
psíquico, não corroborando com o silenciamento de vítimas de racismo, como Ametista.
b) O racismo estrutural observado nas relações sociais cotidianas não é facilmente observado no
contexto terapêutico, uma vez que apenas uma pequena parcela de pacientes apresenta essa
demanda na psicoterapia.
c) As questões raciais devem ser abordadas pelo paciente durante a sessão, cabendo ao terapeuta
conduzir o processo a partir do discurso que lhe foi trazido e, se avaliar que é clinicamente relevante,
incluir a problemática no processo terapêutico.
d) A percepção de Ametista sobre seu processo terapêutico está equivocada, pois não há necessidade
de tratar a relação e a aliança terapêutica de modo específico, com foco nas relações raciais,
uma vez que isso pode gerar um obstáculo ao processo terapêutico.
e) A profissional que atendia Ametista deveria abordar o assunto das relações raciais durante o processo
terapêutico de modo direto ou dando continuidade ao relato dela, podendo, assim, aumentar a chance
de estabelecer um vínculo e proporcionar maior progresso da psicoterapia.