O conhecimento é sempre aproximado, falível e,
por isso mesmo, suscetível de contínuas correções.
Uma justificação pode parecer boa, num certo
momento, até aparecer um conhecimento melhor.
O que define a ciência não será então a ilusória
obtenção de verdades definitivas. Ela será antes
definível pela prevalência da utilização, por parte
dos seus praticantes, de instrumentalidades que
o campo científico forjou e tornou disponíveis.
Ou seja, cada progressão no conhecimento
que mostre o caráter errôneo ou insuficiente de
conhecimentos anteriores não remete estes últimos
para as trevas exteriores da não ciência, mas
apenas para o estágio de conhecimentos científicos
historicamente ultrapassados.
ALMEIDA, J. F. Velhos e novos aspectos da epistemologia das ciências
sociais. Sociologia: problemas e práticas , n. 55, 2007 (adaptado).
O texto desmistifica uma visão do senso comum
segundo a qual a ciência consiste no(a)
a) conjunto de teorias imutáveis.
b) consenso de áreas diferentes.
c) coexistência de teses antagônicas.
d) avanço das pesquisas interdisciplinares.
e) preeminência dos saberes empíricos.