Questões de Vestibular: Vestibular UFRGS

Prepare-se para a prova com questões de Vestibular UFRGS de Enem e Vestibulares! Milhares de questões resolvidas e comentadas com gabarito para praticar online ou baixar o PDF!

Filtrar questões
💡 Caso não encontre resultados, diminua os filtros.
Limpar filtros

1 Q596063 | Português, Interpretação de Textos, Vestibular UFRGS, UFRGS, UFRGS

Texto associado.

Leia o segmento abaixo, retirado do Sermão da Sexagésima, de Padre Antônio Vieira, e assinale a alternativa que preenche corretamente a lacuna. 
Supostas estas duas demonstrações; suposto que o fruto e efeitos da palavra de Deus, não fica, nem por parte de Deus, nem por parte dos ouvintes, segue-se por consequência clara que fica por parte do pregador. E assim é. Sabeis, cristãos, por que não faz fruto a palavra de Deus? Por culpa dos pregadores. Sabeis, pregadores, por que não faz fruto a palavra de Deus? Por culpa nossa. [...] Mas como em um pregador há tantas qualidades, e em uma pregação tantas leis, e os pregadores podem ser culpados em todas, em qual consistirá esta culpa? No pregador podem-se considerar cinco circunstâncias: ........ .

2 Q595868 | Português, Interpretação de Textos, Vestibular UFRGS, UFRGS, UFRGS

Texto associado.
No bloco superior abaixo, estão listados os títulos de alguns contos do livro Morangos mofados, de Caio Fernando Abreu; no inferior, aspectos e/ou temas relacionados aos contos. 

Associe adequadamente o bloco inferior ao superior. 
1 - Pela passagem de uma grande dor 
2 - Além do ponto 
3 - Os companheiros (Uma história embaraçada) 
4 - Luz e sombra 
5 - Pera, uva ou maçã? 
( ) Amigos reúnem-se em ambiente sombrio, que é invadido por morcegos. 
( ) Narrador apresenta uma conversa telefônica entre um amigo e uma amiga. 
( ) Psicanalista narra as sessões com uma paciente, que ocorrem todas as segundas e quintas, às 17h. 
( ) Narrador, caminhando na chuva, conta sua angústia e sua expectativa em direção ao encontro de outro sujeito. 
A sequência correta de preenchimento dos parênteses, de cima para baixo, é

3 Q595904 | Português, Interpretação de Textos, Vestibular UFRGS, UFRGS, UFRGS

Texto associado.
01. me perguntam: quantas palavras
02. uma pessoa sabe? Essa é uma pergunta
03. importante, principalmente para quem ensina
04. línguas estrangeiras. Seria muito útil para
05. quem planeja um curso de francês ou japonês
06. ter uma estimativa de quantas palavras um
07. nativo conhece; e quantas os alunos precisam
08. aprender para usar a língua com certa
09. facilidade. Essas informações seriam preciosas
10. para quem está preparando um manual que
11. inclua, entre outras coisas, um planejamento
12. cuidadoso da introdução gradual de vocabulário.
13. À parte isso, a pergunta tem seu
14. interesse próprio. Uma língua não é apenas
15. composta de palavras: ela inclui também regras
16. gramaticais e um mundo de outros elementos
17. que também precisam ser dominados. Mas as
18. palavras são particularmente numerosas, e é
19. notável como qualquer pessoa, instruída ou
20. não, ........ acesso a esse acervo imenso de
21. informação com facilidade e rapidez. Assim,
22. perguntar quantas palavras uma pessoa sabe
23. é parte do problema geral de o que é que
24. uma pessoa tem em sua mente e que ........
25. permite usar a língua, falando e entendendo.
26. Antes de mais nada, porém, o que é uma
27. palavra? Ora, alguém vai dizer, “todo mundo
28. sabe o que é uma palavra”. Mas não é bem
29. assim. Considere a palavra olho . É muito claro
30. que isso aí é uma palavra – mas será que
31. olhos é a mesma palavra (só que no plural)?
32. Ou será outra palavra?
33. Bom, há razões para responder das duas
34. maneiras: é a mesma palavra, porque significa a
35. mesma coisa (mas com a ideia de plural); e é
36. outra palavra, porque se pronuncia diferentemente
37. (olhos tem um “s” final que olho não tem, além
38. da diferença de timbre das vogais tônicas).
39. Entretanto, a razão principal por que julgamos
40. que olho e olhos sejam a mesma palavra é
41. que a relação entre elas é extremamente
42. regular; ou seja, vale não apenas para esse
43. par, mas para milhares de outros pares de
44. elementos da língua: olho/olhos, orelha/orelhas,
45. gato/gatos, etc. E, semanticamente, a relação
46. é a mesma em todos os pares: a forma sem
47. “s” denota um objeto só, a forma com “s”
48. denota mais de um objeto. Daí se tira uma
49. consequência importante: não é preciso aprender
50. e guardar permanentemente na memória
51. cada caso individual; aprendemos uma regra
52. geral (“faz-se o plural acrescentando um “s” ao
53. singular”), e estamos prontos.
 Adaptado de: PERINI, Mário A. Semântica lexical.
ReVEL, v. 11, n. 20, 2013.

Considere as seguintes propostas de substituição de palavras do texto.
1 - estimativa (l. 06) por pretensão.
2 - gradual (l. 12) por progressiva.
3 - acervo (l. 20) por conjunto.
Quais propostas indicam que a segunda palavra constitui sinônimo adequado da primeira, considerando o
contexto em que ocorre?

4 Q595534 | Português, Interpretação de Textos, Vestibular UFRGS, UFRGS, UFRGS

Texto associado.
Assinale com V (verdadeiro) ou F (falso) as seguintes afirmações sobre o romance.
( ) O pano de fundo histórico da narrativa é a ditadura salazarista, que durou quatro décadas em
Portugal.
( ) O Lar da Feliz Idade presentifica o tema da velhice, em uma sociedade que busca a longevidade,
mas não sabe o que fazer com os velhos.
( ) O romance dialoga com obras de autores portugueses, como Fernando Pessoa e José Saramago.
( ) Antônio Silva constrói a própria narrativa, sugerindo, por vezes, estar escrevendo um livro.
A sequência correta de preenchimento dos parênteses, de cima para baixo, é

5 Q596114 | Português, Interpretação de Textos, Vestibular UFRGS, UFRGS, UFRGS

Texto associado.
01. me perguntam: quantas palavras
02. uma pessoa sabe? Essa é uma pergunta
03. importante, principalmente para quem ensina
04. línguas estrangeiras. Seria muito útil para
05. quem planeja um curso de francês ou japonês
06. ter uma estimativa de quantas palavras um
07. nativo conhece; e quantas os alunos precisam
08. aprender para usar a língua com certa
09. facilidade. Essas informações seriam preciosas
10. para quem está preparando um manual que
11. inclua, entre outras coisas, um planejamento
12. cuidadoso da introdução gradual de vocabulário.
13. À parte isso, a pergunta tem seu
14. interesse próprio. Uma língua não é apenas
15. composta de palavras: ela inclui também regras
16. gramaticais e um mundo de outros elementos
17. que também precisam ser dominados. Mas as
18. palavras são particularmente numerosas, e é
19. notável como qualquer pessoa, instruída ou
20. não, ........ acesso a esse acervo imenso de
21. informação com facilidade e rapidez. Assim,
22. perguntar quantas palavras uma pessoa sabe
23. é parte do problema geral de o que é que
24. uma pessoa tem em sua mente e que ........
25. permite usar a língua, falando e entendendo.
26. Antes de mais nada, porém, o que é uma
27. palavra? Ora, alguém vai dizer, “todo mundo
28. sabe o que é uma palavra”. Mas não é bem
29. assim. Considere a palavra olho . É muito claro
30. que isso aí é uma palavra – mas será que
31. olhos é a mesma palavra (só que no plural)?
32. Ou será outra palavra?
33. Bom, há razões para responder das duas
34. maneiras: é a mesma palavra, porque significa a
35. mesma coisa (mas com a ideia de plural); e é
36. outra palavra, porque se pronuncia diferentemente
37. (olhos tem um “s” final que olho não tem, além
38. da diferença de timbre das vogais tônicas).
39. Entretanto, a razão principal por que julgamos
40. que olho e olhos sejam a mesma palavra é
41. que a relação entre elas é extremamente
42. regular; ou seja, vale não apenas para esse
43. par, mas para milhares de outros pares de
44. elementos da língua: olho/olhos, orelha/orelhas,
45. gato/gatos, etc. E, semanticamente, a relação
46. é a mesma em todos os pares: a forma sem
47. “s” denota um objeto só, a forma com “s”
48. denota mais de um objeto. Daí se tira uma
49. consequência importante: não é preciso aprender
50. e guardar permanentemente na memória
51. cada caso individual; aprendemos uma regra
52. geral (“faz-se o plural acrescentando um “s” ao
53. singular”), e estamos prontos.
 Adaptado de: PERINI, Mário A. Semântica lexical.
ReVEL, v. 11, n. 20, 2013.
O deslocamento de segmentos de um texto pode ou não afetar as relações de sentido estabelecidas.
Assinale a alternativa em que o deslocamento de segmentos – considerando os ajustes com maiúscula, minúscula
e pontuação – mantém as relações de sentido do parágrafo do texto.

6 Q596094 | Português, Interpretação de Textos, Vestibular UFRGS, UFRGS, UFRGS

Texto associado.
01. Nada mais importante para chamar a
02. atenção sobre uma verdade do que exagerála.
03. Mas também, nada mais perigoso, ........
04. um dia vem a reação indispensável e a relega
05. injustamente para a categoria do erro, até
06. que se efetue a operação difícil de chegar a
07. um ponto de vista objetivo, sem desfigurá-la
08. de um lado nem de outro. É o que tem
09. ocorrido com o estudo da relação entre a obra
10. e o seu condicionamento social, que a certa
11. altura chegou a ser vista como chave para
12. compreendê-la, depois foi rebaixada como
13. falha de visão, — e talvez só agora comece a
14. ser proposta nos devidos termos.
15. De fato, antes se procurava mostrar que
16. o valor e o significado de uma obra
17. dependiam de ela exprimir ou não certo
18. aspecto da realidade, e que este aspecto
19. constituía o que ela tinha de essencial.
20. Depois, chegou-se à posição oposta,
21. procurando-se mostrar que a matéria de uma
22. obra é secundária, e que a sua importância
23. deriva das operações formais postas em jogo,
24. conferindo-lhe uma peculiaridade que a torna
25. de fato independente de quaisquer
26. condicionamentos, sobretudo social,
27. considerado inoperante como elemento de
28. compreensão. Hoje sabemos que a
29. integridade da obra não permite adotar
30. nenhuma dessas visões ........ ; e que só a
31. podemos entender fundindo texto e contexto
32. numa interpretação dialeticamente íntegra,
33. em que tanto o velho ponto de vista que
34. explicava pelos fatores externos, quanto o
35. outro, norteado pela convicção de que a
36. estrutura é virtualmente independente, se
37. combinam como momentos necessários do
38. processo interpretativo. Sabemos, ainda, que
39. o externo (no caso, o social) importa, não
40. como causa, nem como significado, mas como
41. elemento que desempenha certo papel na
42. constituição da estrutura, tornando-se,
43. portanto, interno.
44. Neste caso, saímos dos aspectos
45. periféricos da sociologia, ou da história
46. sociologicamente orientada, para chegar a
47. uma interpretação estética que assimilou a
48. dimensão social como fator de arte. Quando
49. isto se dá, ocorre o paradoxo assinalado
50. inicialmente: o externo se torna interno e a
51. crítica deixa de ser sociológica, para ser
52. apenas crítica. Segundo esta ordem de ideias,
53. o ângulo sociológico adquire uma validade
54. maior do que tinha. Em ........, não pode mais
55. ser imposto como critério único, ou mesmo
56. preferencial, pois a importância de cada fator
57. depende do caso a ser analisado. Uma crítica
58. que se queira integral deve deixar de ser
59. unilateralmente sociológica, psicológica ou
60. linguística, para utilizar livremente os
61. elementos capazes de conduzirem a uma
62. interpretação coerente.
                                                            Adaptado de: CANDIDO, Antônio. Literatura e
                                                                           sociedade. 9. ed. Rio de Janeiro: Ouro
                                                                                                                sobre Azul, 2006.

Considere o trecho abaixo extraído do texto.
É o que tem ocorrido com o estudo da relação entre a obra e o seu condicionamento social, que a
certa altura chegou a ser vista como chave para compreendê-la, depois foi rebaixada como falha de
visão, — e talvez só agora comece a ser proposta nos devidos termos (l. 08 a 14).
Se a palavra relação fosse substituída por vínculo, quantas outras palavras no trecho teriam de ser modificadas
para fins de correção gramatical?

7 Q596232 | Português, Interpretação de Textos, Vestibular UFRGS, UFRGS, UFRGS

Texto associado.
01. Nada mais importante para chamar a
02. atenção sobre uma verdade do que exagerála.
03. Mas também, nada mais perigoso, ........
04. um dia vem a reação indispensável e a relega
05. injustamente para a categoria do erro, até
06. que se efetue a operação difícil de chegar a
07. um ponto de vista objetivo, sem desfigurá-la
08. de um lado nem de outro. É o que tem
09. ocorrido com o estudo da relação entre a obra
10. e o seu condicionamento social, que a certa
11. altura chegou a ser vista como chave para
12. compreendê-la, depois foi rebaixada como
13. falha de visão, — e talvez só agora comece a
14. ser proposta nos devidos termos.
15. De fato, antes se procurava mostrar que
16. o valor e o significado de uma obra
17. dependiam de ela exprimir ou não certo
18. aspecto da realidade, e que este aspecto
19. constituía o que ela tinha de essencial.
20. Depois, chegou-se à posição oposta,
21. procurando-se mostrar que a matéria de uma
22. obra é secundária, e que a sua importância
23. deriva das operações formais postas em jogo,
24. conferindo-lhe uma peculiaridade que a torna
25. de fato independente de quaisquer
26. condicionamentos, sobretudo social,
27. considerado inoperante como elemento de
28. compreensão. Hoje sabemos que a
29. integridade da obra não permite adotar
30. nenhuma dessas visões ........ ; e que só a
31. podemos entender fundindo texto e contexto
32. numa interpretação dialeticamente íntegra,
33. em que tanto o velho ponto de vista que
34. explicava pelos fatores externos, quanto o
35. outro, norteado pela convicção de que a
36. estrutura é virtualmente independente, se
37. combinam como momentos necessários do
38. processo interpretativo. Sabemos, ainda, que
39. o externo (no caso, o social) importa, não
40. como causa, nem como significado, mas como
41. elemento que desempenha certo papel na
42. constituição da estrutura, tornando-se,
43. portanto, interno.
44. Neste caso, saímos dos aspectos
45. periféricos da sociologia, ou da história
46. sociologicamente orientada, para chegar a
47. uma interpretação estética que assimilou a
48. dimensão social como fator de arte. Quando
49. isto se dá, ocorre o paradoxo assinalado
50. inicialmente: o externo se torna interno e a
51. crítica deixa de ser sociológica, para ser
52. apenas crítica. Segundo esta ordem de ideias,
53. o ângulo sociológico adquire uma validade
54. maior do que tinha. Em ........, não pode mais
55. ser imposto como critério único, ou mesmo
56. preferencial, pois a importância de cada fator
57. depende do caso a ser analisado. Uma crítica
58. que se queira integral deve deixar de ser
59. unilateralmente sociológica, psicológica ou
60. linguística, para utilizar livremente os
61. elementos capazes de conduzirem a uma
62. interpretação coerente.
                                                            Adaptado de: CANDIDO, Antônio. Literatura e
                                                                           sociedade. 9. ed. Rio de Janeiro: Ouro
                                                                                                                sobre Azul, 2006.

Assinale a afirmação que está de acordo com a argumentação defendida pelo autor no texto.

8 Q596249 | Português, Interpretação de Textos, Vestibular UFRGS, UFRGS, UFRGS

Texto associado.
Considere as afirmações abaixo, sobre a canção Águas de março – composição de Antonio Carlos
Jobim, interpretação dele e de Elis Regina – que integra o álbum Elis & Tom.
I - A letra, a melodia e a intepretação de Elis Regina e Tom Jobim estão marcadas unilateralmente
pela melancolia e pelo pessimismo sintomáticos do momento histórico autoritário em que a canção
foi composta.
II - A canção assume um viés claramente narrativo em que o sujeito cancional apresenta sua rotina
de trabalho em ambiente rural.
III- A letra da canção está estruturada na repetição de sentenças afirmativas; fragmentada, a letra
mobiliza substantivos do mundo natural que rimam entre si e formam pares antitéticos.
Quais estão corretas?

9 Q596314 | Português, Interpretação de Textos, Vestibular UFRGS, UFRGS, UFRGS

Texto associado.
Leia o trecho final de O cortiço .
A negra, imóvel, cercada de escamas e tripas de peixe, com uma das mãos espalmada no chão
e com a outra segurando a faca de cozinha, olhou aterrada para eles, sem pestanejar.
Os policiais, vendo que ela se não despachava, desembainharam os sabres. Bertoleza então,
erguendo-se com ímpeto de anta bravia, recuou de um salto e, antes que alguém conseguisse alcançála,
já de um só golpe certeiro e fundo rasgara o ventre de lado a lado.
E depois embarcou para a frente, rugindo e esfocinhando moribunda numa lameira de sangue.
João Romão fugira até ao canto mais escuro do armazém, tapando o rosto com as mãos.
Nesse momento parava à porta da rua uma carruagem. Era uma comissão de abolicionistas que
vinha, de casaca, trazer-lhe respeitosamente o diploma de sócio benemérito.
Ele mandou que os conduzissem para a sala de visitas.
 
Considere as seguintes afirmações sobre o trecho.
I - O narrador em terceira pessoa aproxima-se de Bertoleza, assumindo seu ponto de vista para
desmascarar o falso abolicionismo de João Romão; ao mesmo tempo, mantém-se distante dela
ao descrevê-la com traços animalescos.
II - A morte terrível de Bertoleza destoa do andamento geral do romance, marcado pelo lirismo da
narração, característica naturalista presente no texto de Aluísio Azevedo.
III- A última frase do trecho sugere que João Romão receberá a comissão a despeito do fim de
Bertoleza, em uma alegoria do Brasil: abolicionista na sala de visitas, escravocrata na cozinha.
Quais estão corretas?

10 Q596503 | Português, Interpretação de Textos, Vestibular UFRGS, UFRGS, UFRGS

Texto associado.
01. – Temos sorte de viver no Brasil – dizia
02. meu pai, depois da guerra. – Na Europa
03. mataram milhões de judeus.
04. Contava as experiências que os médicos
05. nazistas faziam com os prisioneiros.
06.  Decepavam-lhes as cabeças, faziam-nas
07. encolher – à maneira, li depois, dos índios
08. Jivaros. Amputavam pernas e braços.
09. Realizavam estranhos transplantes: uniam a
10. metade superior de um homem ........ metade
11. inferior de uma mulher, ou aos quartos
12. traseiros de um bode. Felizmente morriam
13. essas atrozes quimeras; expiravam como
14. seres humanos, não eram obrigadas a viver
15. como aberrações. (........ essa altura eu tinha
16. os olhos cheios de lágrimas. Meu pai pensava
17. que a descrição das maldades nazistas me
18. deixava comovido.)
19. Em 1948 foi proclamado o Estado de
20. Israel. Meu pai abriu uma garrafa de vinho –
21. o melhor vinho do armazém –, brindamos ao
22. acontecimento. E não saíamos de perto do
23. rádio, acompanhando ........ notícias da guerra
24. no Oriente Médio. Meu pai estava
25. entusiasmado com o novo Estado: em Israel,
26. explicava, vivem judeus de todo o mundo,
27. judeus brancos da Europa, judeus pretos da
28. África, judeus da Índia, isto sem falar nos
29. beduínos com seus camelos: tipos muito
30 esquisitos, Guedali.
31. Tipos esquisitos – aquilo me dava ideias.
32. Por que não ir para Israel? Num país de
33. gente tão estranha – e, ainda por cima, em
34. guerra – eu certamente não chamaria a
35. atenção. Ainda menos como combatente,
36. entre a poeira e a fumaça dos incêndios. Eu
37. me via correndo pelas ruelas de uma aldeia,
38. empunhando um revólver trinta e oito,
39. atirando sem cessar; eu me via caindo,
40. varado de balas. Aquela, sim, era a morte que
41. eu almejava, morte heroica, esplêndida
42. justificativa para uma vida miserável, de
43. monstro encurralado. E, caso não morresse,
44. poderia viver depois num kibutz . Eu, que
45. conhecia tão bem a vida numa fazenda, teria
46. muito a fazer ali. Trabalhador dedicado, os
47. membros do kibutz terminariam por me
48. aceitar; numa nova sociedade há lugar para
49. todos, mesmo os de patas de cavalo.
                   Adaptado de: SCLIAR, M. O centauro no jardim . 9.
                                                           ed. Porto Alegre: L&PM, 2001.
Assinale a alternativa em que a substituição proposta mantém o sentido da passagem do texto, considerando o
contexto em que a expressão é empregada.
Utilizamos cookies e tecnologias semelhantes para aprimorar sua experiência de navegação. Política de Privacidade.