TEXTO 4
Não Espere Pelo Fim
133 Foi com palavras aprazíveis e um
134 ingênuo sorriso que o homem de rosto
135 enrugado e cabelos acinzentados dirigiu-se à
136 sua ranzinza colega de abrigo:
137 – A vida não acabou. Não é chegada a
138 hora de postar-se diante do túmulo como se
139 a morte estivesse à espreita. É tempo de se
140 renovar, tomar novas escolhas e trilhar por
141 novos caminhos. Alimente os sonhos! Seja
142 jovem novamente!
143 Tão rápido, naquele dia, nasceu uma
144 inesperada paixão entre os dois. Aquele
145 carinho que Emanuel sempre sentira por
146 Maria das Dores enfim foi retribuído.
147 Quem disse que os velhos não podem
148 se apaixonar?
149 Maldito preconceito que cria raízes
150 profundas, inclusive na alma dos segregados!
151 E, assim, tão logo o tempo passou.
152 Anos de risos fáceis.
153 No entanto, não foi com lágrimas de
154 arrependimento que Maria fitou o epitáfio de
155 Emanuel, mas sim com olhos aquosos de
156 saudade e uma profunda paz em seu coração
157 renovado.
JONES, Sebastião. Não Espere Pelo Fim. Disponível em:
http://autoressaconcursosliterarios.blogspot.com/2013/05/o
s-20-minicontos-classificados.html. [online]. 2013. Acessado
em 26 de abril de 2019.