A literatura e a arte brasileiras, por influência do
Modernismo, são de feitio essencialmente nacional, nos
motivos, nos temas, na atmosfera. É o resultado do mais
que secular esforço nativista da intelectualidade brasileira.
Tendo surgido sob o signo do nacional, o Modernismo
tomou esse rumo e produziu uma verdadeira
redescoberta do Brasil, criando uma consciência da
realidade brasileira, libertando o país da mentalidade
colonial e do fanatismo da Europa, dizendo-se um exilado
em seu país. Os exilados regressaram, verificando que
podiam vivê-lo e dar-lhe representação artística, pelo
veículo de sua maneira especial de falar e não de uma
língua postiça, conforme os padrões lusos.
COUTINHO, Afrânio. Introdução à Literatura no Brasil .
19ª ed. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 2007.
A leitura do texto permite inferir que, no Modernismo, a
inteligência brasileira integrou-se, amadureceu, tomou
posse de si mesma e do país, radicou-se na terra,
passando a ter participação ativa na vida nacional, graças
a) a uma identificação total com os problemas sociais,
políticos e econômicos do Brasil.
b) a uma postura engajada e panfletária que busca
retomar os valores acadêmicos na literatura e na arte.
c) a uma total incapacidade de retratar, na literatura e nas
artes, os grandes problemas sociais do Brasil.
d) ao distanciamento existente entre a produção literária
brasileira e a realidade social do Brasil.
e) a um nacionalismo ufanista associado a um forte viés
de xenofobia que isola a literatura brasileira do resto do
mundo.