Simulado: UFRGS Vestibular 1 dia - Português - Interpretação Textual - UFRGS

20 questões de Português, Ensino Médio

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👥 13
Difícil
📊 36%
0 ótimo
4 bom
7 regular
2 péssimo
Texto associado.
No bloco superior abaixo, estão listados os títulos dos romances de Carolina Maria de Jesus e de Clarice Lispector; no inferior, trechos desses romances.
 Associe adequadamente o bloco inferior ao superior. 
1 - Quarto de despejo 
2 - A hora da estrela 
 
( ) Ela me incomoda tanto que fiquei oco. Estou oco desta moça. E ela tanto mais me incomoda quanto menos reclama. [...] Como me vingar? Ou melhor, como me compensar? Já sei: amando meu cão que tem mais comida do que a moça. Por que ela não reage? Cadê um pouco de fibra? Não, ela é doce e obediente. 
 ( ) Achei um saco de fubá no lixo e trouxe para dar ao porco. Eu já estou tão habituada com as latas de lixo, que não sei passar por elas sem ver o que há dentro. [...] Ontem eu li aquela fábula da rã e a vaca. Tenho a impressão que sou rã. Queria crescer até ficar do tamanho da vaca.
 ( ) A vida é igual um livro. Só depois de ter lido é que sabemos o que encerra. E nós quando estamos no fim da vida é que sabemos como a nossa vida decorreu. A minha, até aqui, tem sido preta. Preta é a minha pele. Preto é o lugar onde eu moro.
 ( ) “Una Furtiva Lacrima” fora a única coisa belíssima na sua vida. [...] Era a primeira vez que chorava, não sabia que tinha tanta água nos olhos. [...] Não chorava por causa da vida que levava: porque, não tendo conhecido outros modos de viver, aceitara que com ela era “assim”. Mas também creio que chorava porque, através da música, adivinhava talvez que havia outros modos de sentir. 
A sequência correta de preenchimento dos parênteses, de cima para baixo, é

Texto associado.
Proponho-me a que não seja complexo o que escreverei, embora obrigado a usar as palavras que vos sustentam. A história – determino com falso livre-arbítrio – vai ter uns sete personagens e eu sou um dos mais importantes deles, é claro. Eu, ........ . Relato antigo, este, pois não quero ser modernoso e inventar modismos à guisa de originalidade. Assim é que experimentarei contra os meus hábitos uma história com começo, meio e “gran finale” seguido de silêncio e de chuva caindo. [...] ........ trabalhava de operário numa metalúrgica e ela nem notou que ele não se chamava de “operário” e sim de “metalúrgico”. ........ ficava contente com a posição social dele porque também tinha orgulho de ser datilógrafa, embora ganhasse menos de um salário mínimo. Mas eles eram alguém no mundo. “Metalúrgico e datilógrafa” formavam um casal de classe.
Assinale a alternativa que preenche corretamente as lacunas dos trechos abaixo, adaptados de A hora da estrela, de Clarice Lispector.

Texto associado.
Sobre o livro Quarto de despejo , de Carolina Maria de Jesus, assinale com V (verdadeiro) ou F (falso)
as seguintes afirmações.
( ) A história, estruturada em forma de diário, abarca cinco anos da vida de Carolina, que, segundo
a narradora, suporta sua rotina de fome e violência através da escrita.
( ) A autora produz uma narrativa de grande potência, apesar dos desvios gramaticais presentes no
texto.
( ) A narradora reflete sobre desigualdade social e racismo. A força do texto está no depoimento de
quem sente essas mazelas no corpo e ainda assim se apresenta como voz vigorosa e propositiva.
( ) O livro, relato atípico na tradição literária brasileira, nunca obteve sucesso editorial, permanecendo
esquecido até os dias de hoje.
A sequência correta de preenchimento dos parênteses, de cima para baixo, é

Texto associado.

Leia o segmento abaixo, retirado do Sermão da Sexagésima, de Padre Antônio Vieira, e assinale a alternativa que preenche corretamente a lacuna. 
Supostas estas duas demonstrações; suposto que o fruto e efeitos da palavra de Deus, não fica, nem por parte de Deus, nem por parte dos ouvintes, segue-se por consequência clara que fica por parte do pregador. E assim é. Sabeis, cristãos, por que não faz fruto a palavra de Deus? Por culpa dos pregadores. Sabeis, pregadores, por que não faz fruto a palavra de Deus? Por culpa nossa. [...] Mas como em um pregador há tantas qualidades, e em uma pregação tantas leis, e os pregadores podem ser culpados em todas, em qual consistirá esta culpa? No pregador podem-se considerar cinco circunstâncias: ........ . 

Texto associado.
Instrução: A questão refere-se ao romance a máquina de fazer espanhóis, de Valter Hugo Mãe. 
Assinale a alternativa correta sobre o romance.

Texto associado.
Assinale com V (verdadeiro) ou F (falso) as seguintes afirmações sobre o romance. 
 ( ) O pano de fundo histórico da narrativa é a ditadura salazarista, que durou quatro décadas em Portugal. 
 ( ) O Lar da Feliz Idade presentifica o tema da velhice, em uma sociedade que busca a longevidade, mas não sabe o que fazer com os velhos. 
 ( ) O romance dialoga com obras de autores portugueses, como Fernando Pessoa e José Saramago.
 ( ) Antônio Silva constrói a própria narrativa, sugerindo, por vezes, estar escrevendo um livro.
A sequência correta de preenchimento dos parênteses, de cima para baixo, é

Texto associado.
Leia o poema “Um dia, de repente”, escrito pela poeta porto-alegrense Lara de Lemos (1923-2010).
Um dia, de repente,
arrastam-nos à força
para um lugar incerto.
Um dia, de repente,
desnudam-nos impudica/
mente.
Um dia, de repente,
é o duro frio
do escuro catre.
Um dia, de repente,
somos apenas um ser vivo:
verme ou gente?
Considere as seguintes afirmações sobre o poema. 
I - O poema recupera o episódio de encarceramento, ocorrido com Lara de Lemos, durante a ditadura civil-militar no Brasil. 
II - O poema é construído na primeira pessoa do plural, reforçando a solidariedade do sujeito lírico com todos que viveram a mesma situação. III- A repetição de “Um dia, de repente” revive a arbitrariedade das prisões e da tortura.              
Quais estão corretas? 

Assinale a alternativa correta sobre o disco Elis & Tom. 

Texto associado.
Instrução: A questão refere-se ao romance a máquina de fazer espanhóis, de Valter Hugo Mãe. 
Assinale a alternativa correta sobre o romance. 

Texto associado.
Leia as seguintes afirmações sobre os romances Dom Casmurro, de Machado de Assis, e Diário da queda, de Michel Laub. 
I - Os dois romances são narrados em primeira pessoa, como processo de compreensão do vivido. 
II - Os dois narradores apresentam uma relação amorosa com esposa e filhos, reproduzindo a tradição familiar. 
III- O balanço final dos narradores de cada romance demonstra grande aprendizado, a partir das experiências vividas, repleto de esperança e de otimismo.
Quais estão corretas?

Texto associado.
Leia a crônica Ovo frito, de Rubem Alves (1933-2014).
 Gosto muito de ovo. Ovo frito. Ovo escaldado, com pão torrado. Coisa boba, o fato é que comecei a pensar sobre as razões por que gosto de ovo. Lembrei-me... Meu pai era viajante. Passava a semana fora de casa. Voltava às sextas-feiras, no trem das oito. Noite escura, o trem das oito vinha apitando na curva, resfolegando de cansado, expelindo enxames de vespas vermelhas, chamuscava uma paineira, entrava na reta, passava a dez metros da nossa casa, todos nós estávamos lá, o pai com a cabeça de fora, sorrindo, e todos corríamos para a estação. Ele vinha com fome e sujo. Água quente não havia. Mas não tinha importância. Da leitura do Evangelho havíamos aprendido de Jesus, no lava-pés, que quem está com os pés limpos tem o corpo inteiro limpo. A coisa, então, era lavar os pés. E esse era o costume geral lá em Minas. Minha mãe esquentava água no fogão de lenha, punha numa bacia e eu lavava os pés do meu pai. Depois de limpo, ele se assentava à mesa e o que tinha para comer era sempre a mesma coisa: arroz, feijão, molho de tomate e cebola, ovo frito e pão. Ele me punha assentado ao joelho e comia junto. Ah, como é gostoso comer pão ensopado no molho de tomate, pão lambuzado no amarelo mole do ovo! Era um momento de felicidade. Nunca me esqueci. Acho que quando enfio o pão no amarelo mole do ovo eu volto àquela cena da minha infância. Os poetas, somente os poetas, sabem que um ovo é muito mais que um ovo... 
Assinale com V (verdadeiro) ou F (falso) as seguintes afirmações sobre a crônica.
 ( ) Defende a importância de comer ovos.
 ( ) Relata que o trem em que o pai chegava trazia também criadores de vespas.
( ) Mostra que lavar os pés antes das refeições era um hábito importante, quase sagrado. 
 ( ) Apresenta a memória como elemento essencial para a literatura.
A sequência correta de preenchimento dos parênteses, de cima para baixo, é

Texto associado.
No bloco superior abaixo, estão listados os títulos de alguns romances, representantes do Romance de
30 no Brasil; no inferior, o enredo central desses romances.
Associe adequadamente o bloco inferior ao superior.
1 - A bagaceira , de José Américo de Almeida.
2 - O quinze , de Rachel de Queiroz.
3 - Menino de engenho , de José Lins do Rego.
4 - Os ratos, de Dyonélio Machado.
5 - Vidas secas , de Graciliano Ramos.
( ) Os retirantes sertanejos Valentim Pereira, Soledade, sua filha, e Pirunga, um agregado, buscam,
durante uma terrível seca, abrigo no engenho de Dagoberto Marcão.
( ) Carlos de Melo narra suas memórias de infância na fazenda Santa Rosa, apresentando o avô, as
tias e os “moleques da bagaceira”.
( ) Família de retirantes foge da seca em direção ao sul do Brasil, rumo a uma cidade grande, onde
há trabalho para o pai e escola para os filhos.
( ) Funcionário público, endividado com o leiteiro, perambula pela cidade em busca do dinheiro para
saldar sua dívida.
A sequência correta de preenchimento dos parênteses, de cima para baixo, é

Texto associado.
No bloco superior abaixo, estão listados os títulos dos romances de Carolina Maria de Jesus e de
Clarice Lispector; no inferior, trechos desses romances.
Associe adequadamente o bloco inferior ao superior.
1 -Quarto de despejo
2 - A hora da estrela
( ) Ela me incomoda tanto que fiquei oco. Estou oco desta moça. E ela tanto mais me incomoda
quanto menos reclama. [...] Como me vingar? Ou melhor, como me compensar? Já sei: amando
meu cão que tem mais comida do que a moça. Por que ela não reage? Cadê um pouco de fibra?
Não, ela é doce e obediente.
( ) Achei um saco de fubá no lixo e trouxe para dar ao porco. Eu já estou tão habituada com as latas
de lixo, que não sei passar por elas sem ver o que há dentro. [...] Ontem eu li aquela fábula da rã
e a vaca. Tenho a impressão que sou rã. Queria crescer até ficar do tamanho da vaca.
( ) A vida é igual um livro. Só depois de ter lido é que sabemos o que encerra. E nós quando estamos
no fim da vida é que sabemos como a nossa vida decorreu. A minha, até aqui, tem sido preta. Preta
é a minha pele. Preto é o lugar onde eu moro.
( ) “Una Furtiva Lacrima” fora a única coisa belíssima na sua vida. [...] Era a primeira vez que chorava,
não sabia que tinha tanta água nos olhos. [...] Não chorava por causa da vida que levava: porque,
não tendo conhecido outros modos de viver, aceitara que com ela era “assim”. Mas também creio
que chorava porque, através da música, adivinhava talvez que havia outros modos de sentir.
A sequência correta de preenchimento dos parênteses, de cima para baixo, é

Texto associado.
Sobre a peça Gota d’Água: uma tragédia brasileira, de Chico Buarque e Paulo Pontes, assinale com V (verdadeiro) ou F (falso) as seguintes afirmações. 
 ( ) Paulo Pontes e Chico Buarque, no texto de apresentação à peça de 1975, criticam a experiência capitalista do “milagre econômico” brasileiro e conclamam a intelectualidade a aproximar-se do povo, inscrevendo o drama na vertente nacional popular do período.
 ( ) Algumas das canções hoje clássicas de Chico Buarque e Paulo Pontes integram a peça como a que dá título ao texto – Gota d’Água – e Basta um dia, ambas interpretadas por Bibi Ferreira na montagem original. 
 ( ) Gota d’Água, embora ambientada no subúrbio carioca, atualiza Medeia, texto clássico de Eurípides, mantendo a linguagem elevada da tragédia grega. 
 ( ) O desfecho da peça de Chico Buarque e Paulo Pontes não segue o texto da tragédia de Eurípides: Joana e Jasão se reconciliam e vivem em harmonia com os filhos. 
A sequência correta de preenchimento dos parênteses, de cima para baixo, é:

Texto associado.
Instrução: A questão refere-se ao romance Diário da queda, de Michel Laub.
Assinale a alternativa correta sobre o romance. 

Texto associado.
Leia as seguintes afirmações sobre os romances Dom Casmurro , de Machado de Assis, e Diário da
queda , de Michel Laub.
I - Os dois romances são narrados em primeira pessoa, como processo de compreensão do vivido.
II - Os dois narradores apresentam uma relação amorosa com esposa e filhos, reproduzindo a tradição
familiar.
III- O balanço final dos narradores de cada romance demonstra grande aprendizado, a partir das
experiências vividas, repleto de esperança e de otimismo.
Quais estão corretas?

Texto associado.
Considere as seguintes afirmações sobre as escritoras Carolina Maria de Jesus e Clarice Lispector e sobre suas obras.
 I - Carolina Maria de Jesus (1914 – 1977) e Clarice Lispector (1920 – 1977) pertencem à mesma geração cronológica, mas não tiveram a mesma trajetória no campo literário, dada a diferença de classe e raça. 
 II - Quarto de despejo, publicado em 1960, é o testemunho, em primeira pessoa, de Carolina Maria de Jesus sobre sua vida de miséria em uma favela paulista. Editado por Audalio Dantas, está presente no livro a tensão entre a linguagem dominada por Carolina e aquela que, para ela, seria a linguagem literária. 
 III- Clarice Lispector, em A hora da estrela (1977), cria uma personagem, Macabéa, que narra, em primeira pessoa, as dificuldades de sua vida de empregada doméstica e moradora de uma favela carioca. 
Quais estão corretas?

Texto associado.
Instrução: A questão refere-se aos poemas de Fernando Pessoa. 
Leia as seguintes afirmações sobre os poemas “Autopsicografia” e “Isto”. 
I - Em ambos os poemas, são apresentados os princípios de Pessoa para a construção da poesia, constituindo-se como “arte poética”. 
II - Nos dois poemas, não há referência à figura do leitor. 
III- Em ambos os poemas, o sujeito lírico admite construir sua poética inventando e falseando.
Quais estão corretas?

Assinale a alternativa que preenche corretamente as lacunas dos trechos abaixo, adaptados de A hora
da estrela , de Clarice Lispector.
Proponho-me a que não seja complexo o que escreverei, embora obrigado a usar as palavras que vos
sustentam. A história – determino com falso livre-arbítrio – vai ter uns sete personagens e eu sou um
dos mais importantes deles, é claro. Eu, ........ . Relato antigo, este, pois não quero ser modernoso e
inventar modismos à guisa de originalidade. Assim é que experimentarei contra os meus hábitos uma
história com começo, meio e “gran finale” seguido de silêncio e de chuva caindo. [...]
........ trabalhava de operário numa metalúrgica e ela nem notou que ele não se chamava de “operário”
e sim de “metalúrgico”. ........ ficava contente com a posição social dele porque também tinha orgulho
de ser datilógrafa, embora ganhasse menos de um salário mínimo. Mas eles eram alguém no mundo.
“Metalúrgico e datilógrafa” formavam um casal de classe.

Texto associado.
Considere as afirmações abaixo, sobre a canção Águas de março – composição de Antonio Carlos Jobim, interpretação dele e de Elis Regina – que integra o álbum Elis & Tom.
I - A letra, a melodia e a intepretação de Elis Regina e Tom Jobim estão marcadas unilateralmente pela melancolia e pelo pessimismo sintomáticos do momento histórico autoritário em que a canção foi composta. 
 II - A canção assume um viés claramente narrativo em que o sujeito cancional apresenta sua rotina de trabalho em ambiente rural. 
 III- A letra da canção está estruturada na repetição de sentenças afirmativas; fragmentada, a letra mobiliza substantivos do mundo natural que rimam entre si e formam pares antitéticos.
Quais estão corretas?

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