A forte presença de palavras indígenas e africanas e de termos trazidos pelos imigrantes a partir do século XIX é um dos traços que distinguem o português do Brasil e o português de Portugal. Mas, olhando para a história dos empréstimos que o português brasileiro recebeu de línguas europeias a partir do século XX, outra diferença também aparece: com a vinda ao Brasil da família real portuguesa (1808) e, particularmente, com a Independência, Portugal deixou de ser o intermediário obrigatório da assimilação desses empréstimos e, assim, Brasil e Portugal começaram a divergir, não só por terem sofrido influências diferentes, mas também pela maneira como reagiram a elas.
ILARI, R.; BASSO, R. O português da gente : a língua que estudamos, a língua que falamos. São Paulo: Contexto, 2006.
Os empréstimos linguísticos, recebidos de diversas línguas, são importantes na constituição do português do Brasil porque
a) deixaram marcas da história vivida pela nação, como a colonização e a imigração.
b) transformaram em um só idioma línguas diferentes, como as africanas, as indígenas e as europeias.
c) promoveram uma língua acessível a falantes de origens distintas, como o africano, o indígena e o europeu.
d) guardaram uma relação de identidade entre os falantes do português do Brasil e os do português de Portugal.
e) tornaram a língua do Brasil mais complexa do que as línguas de outros países que também tiveram colonização portuguesa.